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Curso de Ciências da Computação supera expectativas no Enade 2008



Vanessa Sol


No início do mês de setembro, o Ministério da Educação (MEC) divulgou os resultados obtidos pelos cursos de graduação que participaram do último Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), realizado em 2008. Entre os cursos mais bem conceituados do país, está o bacharelado de Ciências da Computação da UFRJ, que foi um dos 47 cursos a receber a pontuação máxima (conceito 5) nos três quesitos avaliados – a prova, o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) e o Conceito Preliminar de Curso (CPC) – e o único da UFRJ a atingir o conceito máximo, além de obter o 5º lugar no país.

De acordo com o coordenador do curso, professor João Carlos P. Silva,  o resultado da avaliação é o somatório do esforço realizado entre docentes, estudantes e técnicos-administrativos do curso que, em muitos momentos, enfrentam dificuldades como as  limitações com o espaço físico. O curso, atualmente, possui cinco laboratórios e 50 docentes para atender 700 alunos.  “Para atender a essa demanda, que tende a crescer, precisamos de mais laboratórios e de mais salas”, destaca.

Outro diferencial do curso é a qualidade do corpo docente, cuja maioria possui doutorado, trabalha em regime de dedicação exclusiva e possui projetos de pesquisa, o que permite uma maior interação com os alunos de graduação através  da iniciação cientifica. Outra marca do curso, que possui um excelente corpo discente, na opinião do coordenador, são as oportunidades que ele oferece, possibilitando uma formação tanto para o mercado quanto para vida acadêmica.

O Enade

O Enade, parte do Sistema de Nacional de Avaliação de Estudantes de Ensino Superior (Sinaes), foi implementado pelo MEC, em 2004, para substituir o antigo Exame Nacional de Cursos, mais conhecido como Provão, realizado entre  1996 e 2003. Assim como o atual, o anterior tinha a função de avaliar os cursos de graduação de instituições públicas e privadas através das provas realizadas pelos alunos.

O modelo atual trouxe algumas modificações.  Foi criado o CPC e  o rendimento do aluno passou a ser aferido com relação aos conteúdos programáticos que estão previstos nas diretrizes curriculares de cada curso de graduação, além do  desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional, juntamente com a avaliação institucional e a avaliação dos cursos de graduação.

No entanto, o modelo de avaliação é controverso. Assim que foi instituído em 2004, integrantes do movimento estudantil de diferentes universidades públicas do país se posicionaram contra a avaliação. O argumento utilizado era que a avaliação se mostrava incompleta e deficiente porque não levava em conta as diversas etapas da vida acadêmica, fazendo apenas o ranking dos cursos.

Na opinião do coordenador, a avaliação é fundamental porque possibilita um panorama de como o curso está em relação aos outros e serve também de feedback do que está sendo produzindo e do que precisa ser melhorado. “Esperávamos ficar bem colocados e estamos felizes com o resultado, mas para nós isso ainda é pouco. Nosso intuito é melhorar o curso e, assim, ficarmos em primeiro lugar dentro do universo dos cursos de computação”, finaliza João Carlos.

Para o futuro, a perspectiva é lutar por mais espaço físico dentro da universidade e iniciar o curso de doutorado em março de 2010.