Plano Diretor

Sonho de uma universidade integrada emociona decanos e diretores

 

Pedro Barreto

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O Plano de Desenvolvimento da Cidade Universitária foi apresentado nesta segunda, dia 24, na Plenária de Decanos e Diretores. Os professores Pablo Benetti e Carlos Vainer, integrantes do Comitê Técnico do Plano Diretor UFRJ 2020, expuseram os conceitos e diretrizes para o crescimento da Cidade Universitária nos próximos anos, tendo como horizontes os anos de 2012, 2016 e 2020. O encontro contou a presença do reitor Aloísio Teixeira, da vice-reitora Sylvia Vargas, além de pró-reitores, decanos, diretores de unidades e demais docentes.

As propostas, que visam ampliar as edificações das unidades acadêmicas na Cidade Universitária – construir residências, restaurantes e bibliotecas, além de criar espaços de cultura, lazer, esporte e constituir uma política de transporte ativo, contaram com a aprovação predominante dos presentes. No entanto, alguns professores fizeram ressalvas, consideradas pelos integrantes do grupo de trabalho como "contribuições". A diretora da Faculdade de Educação, Ana Maria Monteiro Ferreira da Costa, questionou sobre a localização das futuras instalações de sua unidade. "Senti falta de um espaço específico para a Faculdade de Educação. Acho importante que ele fique próximo de onde são ministrados os cursos de Licenciatura", disse.

O professor Pablo Benetti concordou. "Concordo com a criação de um espaço específico, já que hoje as aulas são ministradas em salas emprestadas de outras unidades", afirmou. Ana Maria também sugeriu a criação de um centro de convenções, no que foi respondida por Vainer: "sou favorável à idéia de construção de um centro para três ou cinco mil pessoas na Praia Vermelha. Em anexo, poderia ser construído um hotel-escola universitário", opinou.

A professora Débora Foguel, diretora do Instituto de Bioquímica Médica, parabenizou o projeto. "Agrada a preocupação de abrir a universidade para as comunidades do entorno. Também ficaria muito feliz caso as demais unidades, como a Faculdade de Educação, Escola de Comunicação, entre outras, viessem fazer parte da futura Cidade Universitária", colocou.

Roberto Lent, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas, fez uma ponderação. "Senti falta de uma arquitetura financeira para viabilizar todas essas idéias. Estamos enfrentando uma crise internacional e, daqui a menos de dois anos, teremos uma eleição presidencial. Não creio que os recursos do Reuni sejam suficientes para todas essas propostas. Por isso, precisamos pensar de que forma poderemos envolver os governos e empresas interessadas, senão todo este trabalho não passará de um sonho", apontou.

O professor Luiz Pinguelli Rosa, da Coppe, apontou uma saída. "É preciso combinar viabilidade com ousadia. Vamos começar pelos recursos que temos do Reuni ao mesmo tempo em que pensamos um esquema financeiro. O projeto está muito atraente e temos condições de garantir um comprometimento por parte do Governo, através dos ministérios da Educação, Ciência e Tecnologia e Saúde", afirmou.

O pró-reitor de Planejamento, Carlos Antônio Levi, mostrou-se otimista. "Este plano será implementado em etapas e, até 2012, temos garantias de recursos. Para o orçamento de custeio, nossa perspectiva é dobrar o que recebemos hoje. Além de R$ 90 milhões garantidos pelo Reuni através do PRE." Levi lembrou ainda iniciativas que podem trazer recursos para viabilizar as propostas. "Temos a proposta de criação de uma subestação de energia que traria uma economia de 30 a 40% ao ano, uma parceria bem provável com o Governo do Estado para a construção da ponte de acesso, negociações avançadas com Furnas e Eletrobrás para a criação de uma usina de lixo, além do Maglev, que já conta com recursos para o projeto piloto. Embora pareça um sonho, para 2012, é bastante plausível", assegurou.

O reitor Aloisio Teixeira destacou a importância do momento em que a comunidade universitária se encontra. "Estamos fazendo um projeto para os que virão depois de nós. Não é uma coisa imediata, mas sim, estamos pensando a universidade para o século XXI", disse.