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Rio de Janeiro: uma questão de insegurança pública

Julia Paula/ Agn Praia Vermelha

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O Rio de Janeiro sofre com a falta de segurança e com o aumento da violência. A criminalidade está presente no cotidiano dos cariocas, que frequentemente são vítimas de assaltos, seqüestro e homicídios muitas vezes ligados ao crime organizado e ao narcotráfico.

Essas não são características exclusivas da cidade, pois estes “problemas relacionados à segurança são comuns a outros grandes centros urbanos no país” como afirma Paula Poncioni, professora da Escola de Serviço Social da UFRJ.

Entretanto, a violência no Rio se destaca quando comparada aos outros estados do Sudeste. Segundo pesquisa do IBGE, a taxa de óbitos por morte violenta, nesta região, chega a 224 para cada cem mil habitantes entre 15 e 29 anos. Porém, no Rio de Janeiro essa taxa sobe para 285 mortes por cem mil habitantes.

s danos causados pela criminalidade na cidade do Rio de Janeiro são muitos, principalmente para economia da cidade que tem perdido turistas, moradores e negócios em diferentes setores. Mas, segundo Paula Poncioni “os prejuízos causados pela insegurança ultrapassam os danos materiais, atingindo a dimensão simbólica do Rio de Janeiro - Rio de alegria, de simpatia e de beleza sem igual”.

Um dos agravantes da situação do Estado é a condição dos órgãos de combate ao crime. Falta de investimento na capacitação de profissionais, baixos salários, equipamentos em péssimo estado, corrupção, são alguns dos vários motivos da ineficiência desses órgãos. A professora Paula acrescenta: “temos poucas políticas públicas na área de segurança destinadas à manutenção da ordem e à aplicação da lei. Tais políticas devem buscar não somente o alcance de objetivos e apresentação resultados palpáveis, mas também colocar em ação valores que satisfaçam interesses mais amplos. É preciso vontade política para buscar soluções”.

A professora defende ainda que existem soluções para os problemas enfrentados no Rio, mas que para desenvolve-las é necessária uma mudança: “não se pode mais tratar a questão da segurança de forma episódica e descontínua. Pois, não é apenas uma questão de ‘polícia na rua’, é muito mais do que isso. Segurança compreende pensar intervenções que busquem envolver diferentes atores e setores da sociedade: famílias e comunidades, escolas, mercado de trabalho, polícia e sistema penal”.