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Exposição revela importância arquitônica de casas brasileiras

 

Luíza Duarte

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A II Exposição Casas Brasileiras do século XX apresenta maquetes das principais casas de arquitetura moderna do Rio de Janeiro. Os modelos reduzidos são frutos do projeto Casas Brasileiras, coordenado pela prof. Beatriz Oliveira e desenvolvido na Faculdade de Arquitetura da UFRJ, por alunos da pós-graduação e graduação.

Ao longo dos três anos de pesquisa, foi montado um acervo audiovisual e documental que proporcionou a construção das maquetes. O banco de dados audiovisual conta com entrevistas de moradores e proprietários das casas, além de fotografias e desenhos. Já para a parte documental foram levantados dados técnicos, plantas, artigos e resenhas publicadas em diversas revistas do século XX.

Oito casas consagradas por sua arquitetura foram escolhidas. Todas do estado do Rio de Janeiro e predominantemente da década de 50, exceto a Casa Robert Schuster. Construída em Manaus, 1977-81, pelo arquiteto Severiano Mário Porto, ela apresenta um incrível sistema de ventilação e utiliza materiais e técnicas de construção da região, indo contra a tendência da época de importar soluções arquitetônicas inadequadas à região de floresta. A escolha pretende homenagear seu arquiteto, que atualmente é professor da FAU e incentivar a pesquisa. Dentre as casas, ainda estão a Casa das Canoas, de Niemeyer e a Casa Saldanha-Werneck, de Marcelo Roberto, em Paquetá, nunca antes publicada.

A importância do projeto está em seu viés antropológico e histórico. A partir do resgate da memória da arquitetura, é possível pensá-la de forma crítica e teórica. Os documentos da arquitetura residencial moderna servem de embasamento para sua compreensão. A coordenadora, Beatriz Oliveira, acredita que a reunião desse material documental e audiovisual de diferentes fontes facilita a pesquisa e a divulgação dessa arquitetura, já que agora eles estão à disposição dos alunos e da sociedade.

A pesquisa sobre casas brasileiras é muito recente. Antes do projeto não se tinha uma preocupação em registrar e analisar essas construções, embora elas fossem mundialmente reconhecidas por sua arquitetura. Muitos dados foram recuperados com dificuldade e outros tantos apresentavam erros. Durante a pesquisa, foram encontradas dificuldades, tanto para visitação interna das casas e arquivos, quanto a inexistência ou inexatidão de medidas, plantas e registros das reformas.

As maquetes pretendem facilitar o estudo das casas e compor um acervo para o Museu de Arquitetura Comparada, um sonho antigo dos professores da FAU. Parte do acervo documental já está no site www.casasbrasileiras.fau.ufrj.br, que pretende disponibilizar internacionalmente toda a pesquisa sobre casas brasileiras. A equipe espera conseguir recursos para dar continuidade ao projeto, que vai expandir a análise para casas desconhecidas e de outros estados.