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Acidentes com transporte de cargas têm números impressionantes

 

Leonardo Velasco

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Os prejuízos causados por perdas de cargas em acidentes nas rodovias brasileiras somam R$ 2 bilhões a cada ano e custam três vezes mais do que os roubos, cujas despesas totalizam R$ 700 milhões anualmente. Se consideradas outras variáveis, os valores chegam a mais de R$ 7 bilhões. Estes impressionantes números foram apresentados por Paulo Fernando Fleury, diretor do Centro de Estudos em Logística (CEL), do Instituto Coppead, da UFRJ, durante a abertura do XII Fórum Internacional de Logística.

Os números constam no estudo Custos de Acidentes e Mortes no Transporte Rodoviário de Carga, que mostra que os R$ 2 bilhões de prejuízo são resultado de cerca de 200 mil acidentes, que matam por ano 34 mil pessoas, considerando apenas os acidentes envolvendo veículos de carga. O número é maior que o de qualquer país da Europa e o terceiro mais alto da América Latina. O custo total considerando prejuízos à vida, que somam R$ 4,75 bilhões, perdas materiais (R$ 2,015 bilhões) e R$ 450 milhões de outras despesas, totaliza mais de R$ 7 bilhões.

“Fala-se em responsabilidade social o tempo todo, mas o que está sendo feito em relação a essa quantidade de mortes? Nada. São quase cem pessoas por dia. É o equivalente a um Boeing com cem passageiros caindo a cada 36 horas e ninguém faz nada", disse Paulo Fleury.

A maior parte das perdas contabilizadas recai sobre o governo na forma de gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) e benefícios previdenciários como auxílio-acidente, pensão por morte e aposentadoria por invalidez.

A forma como o governo investe também é um agravante para o professor. “Não adianta recuperar estrada e não colocar sinalização e nem fiscalização. Em vez de diminuir, o número de acidentes aumenta”, declarou, para depois explicar: "nas pistas esburacadas, o motorista não pode correr e dirige com mais atenção. Quando a estrada é mal sinalizada, a boa pavimentação potencializa o risco, porque a velocidade é superior".

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