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Edição 346      12 de julho de 2011


No Foco

Carlos Levi assume como novo reitor da UFRJ

 

 

Bruno Franco

 

Em solenidade realizada, nesta sexta, 8 de julho, no auditório do Centro de Tecnologia (CT), os professores Aloísio Teixeira e Sylvia Vargas transmitiram os cargos de reitor e vice-reitor aos professores Carlos Levi e Antônio Ledo. O novo reitor destacou que a universidade deve ser um agente de transformação social e que o sucesso dependerá da capacidade da Reitoria entusiasmar os corações das pessoas que difundirão esses valores.

A cerimônia de transmissão de cargos começou às 11h25 e contou com a presença de ex-reitores, decanos, diretores de unidades acadêmicas, professores eméritos e dos pró-reitores da última gestão que entraram acompanhados por seus sucessores. Encerrando seu mandato à frente da Reitoria, o professor Aloísio Teixeira ressaltou a importância da solenidade, enfatizando que “ritos são importantes, mesmo em uma instituição que se pretende moderna e em constante atualização”.

Em seu discurso de despedida, Aloísio Teixeira destacou que a universidade somente terá verdadeira excelência, e em âmbito nacional, caso as ciências humanas e sociais obtenham nova centralidade no processo de reestruturação universitária, e fez diversos agradecimentos a todos que trabalharam em seus oito anos de gestão, com ênfase especial à estreita colaboração de seu então pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento e, agora, sucessor, Carlos Levi, mas sem esquecer os funcionários técnico-administrativos do gabinete e da copa.

A gratidão se estendeu aos estudantes, que segundo Teixeira, dão o caráter de urgência às lutas da universidade. “Uma mudança que se dê em cinco anos pode agradar a mim, mas não serve aos alunos, que terão se formado ao cabo desse tempo. Eles tornam nossa luta mais radical. Por isso agradeço por cada ocupação da Reitoria, por cada invasão do Conselho Universitário (pelo movimento estudantil”, enfatizou o professor.

Sylvia Vargas despediu-se do cargo de vice-reitora demonstrando gratidão pela confiança dedicada pela comunidade acadêmica e ressaltou que a UFRJ cultivou um ambiente de liberdade de pensamento e de expressão, no qual a divergência foi sempre entendida como não mais do que uma diferença de idéias entre colegas.

UFRJ como instrumento de transformação social

O novo vice-reitor, Antonio Ledo, argumentou que não pode haver universidade sem que haja um projeto de nação, e que este, por sua vez, não pode existir sem uma universidade livre, autônoma e crítica quanto à realidade do país. “Esse projeto deve ser a luta perene pela redução das desigualdades, que deve ser conduzida com a continuidade e reforço das políticas sociais” – ponderou Ledo, que encerrou seu discurso citando o jornalista uruguaio Eduardo Galeano – “ A utopia está no horizonte. Nos aproximamos dois passos, e ele se afasta dois passos. Para que serve a utopia então? Para que nunca deixemos de caminhar”.

Emocionado, o novo reitor da UFRJ, professor Carlos Levi, afirmou que será tarefa difícil substituir seu antecessor. “A eficiente e exitosa gestão do professor Aloísio será sempre reconhecida como uma página virtuosa da história da instituição”, enalteceu. Levi reconheceu que herda um legado “fértil e promissor” e garantiu que há perspectivas concretas de apoios e recursos.

Para Levi, a UFRJ conquistou um clima de tranqüilidade, que permite a gestão que se inicia ter eixos direcionadores, e fez coro ao argumento de Ledo, de que a universidade é uma utopia, capaz de transformar a sociedade e enriquecer o ser humano. Dentro de um espaço de autonomia, “a universidade possui singularidades e especificidades que lhe permitem ser um agente ativo de transformação social. Um artífice do nosso projeto de nação”, concluiu o novo reitor.

Simbolismo da cerimônia

A professora da Escola de Belas Artes (EBA), Ângela Âncora da Luz, ponderou que os símbolos “dão significado ao que somos dentro do processo histórico”, e ensinou que o capelo (peça de roupa que o reitor despe e pousa sobre os ombros do seu sucessor) surgiu no século XIII, juntamente com a figura do reitor de universidade, e ao cobrir seus ombros reflete o peso da responsabilidade de dirigir um corpo de doutos. O capelo usado pelo reitor em sua veste cerimonial (chamada veste talar) é o único branco, pois essa cor é a soma de todas as luzes e simboliza a confluência de todos os saberes

A insígnia da deusa Minerva (deusa romana da sabedoria) que o reitor traz ao peito – explica Ângela – revela aquele que não se deixa corromper e luta, incansavelmente, pelo saber. Mostra que a luta é travada na mente, em busca da construção do conhecimento plural.

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