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Edição 325      11 de janeiro de 2011


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Técnica identifica origem de ‘bala perdida’



Luciana Cortes

Foto:Marco Fernandes

Diariamente, vidas são tragicamente interrompidas por tiros disparados em confrontos entre bandidos e policiais. Visando identificar a origem das balas, auxiliando na apuração do crime, o Laboratório de Síntese e Análise de Produtos Estratégicos (Lasape) do Instituto de Química (IQ-UFRJ) desenvolveu uma técnica capaz de diferenciar a munição utilizada pela polícia, a fim de que se possa reconhecer a origem do disparo.

A técnica, como explica Claudio Cerqueira Lopes, professor do IQ-UFRJ responsável pela pesquisa, consiste em marcar a munição, através do uso do luminol associado a corantes em diferentes concentrações. A técnica permite que as cores sejam observadas utilizando-se luz negra. A intenção é fazer com que cada batalhão policial possua munição demarcada com uma concentração diferente da substância. Dessa maneira, as balas passarão por uma perícia, que inicialmente identificará se os disparos foram efetuados pela polícia por meio da presença de cor na munição. Posteriormente, será possível verificar o batalhão, pois haverá um banco de dados onde serão armazenadas as características das munições de cada divisão da polícia.

A ideia de fazer o estudo surgiu da observação das dificuldades encontradas nas operações cotidianas da polícia. Desde 2002, Claudio Lopes mantém contato com a área pericial de Polícia Civil, formando uma parceria entre a Secretaria de Segurança Pública e a UFRJ.

Aplicações do luminol

Outras aplicações para a mesma substância estão sendo estudadas. Uma utilização possível seria a marcação de objetos valiosos – como dinheiro, por exemplo –, permitindo sua identificação depois de um eventual roubo. O emprego dessa técnica, por exemplo, poderia evitar a falsificação. O Lasape também desenvolve estudo que possibilita localizar sêmen no corpo de vítimas de estupro, sem que elas precisem passar pela delegacia. Com a utilização do luminol, os exames poderiam ser feitos exclusivamente no hospital.

O laboratório ainda aguarda a obrigatoriedade da identificação da munição policial. Se a lei dispondo sobre o tema entrar em vigor, será criado um banco de dados no qual estarão armazenados os diferentes tipos de munição utilizados por todas as divisões da polícia.

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