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Edição 321      23 de novembro de 2010


Entrelinhas

Transformação da Poesia

 

 

Elisa Ferreira

 No dia 4 de novembro, o professor da Faculdade de Letras da UFRJ Antônio Carlos Secchin lançou o livro Memórias de um Leitor de Poesia. O novo livro do poeta, crítico e bibliófilo reúne 18 ensaios literários sobre escritores diversos, como Tomás Antônio Gonzaga, Machado de Assis, José de Alencar, Fagundes Varela, Mário Pederneiras, Jorge de Lima, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Edla van Steen, Chico Buarque, entre outros. Seu principal objetivo com essa publicação é ampliar o público interessado em poesia.

As outras obras do autor podem ser encontradas no site da Academia Brasileira de Letras, onde ele é o mais jovem membro: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe
/sys/start.htm?infoid=166&sid=217
.

Para saber mais sobre a obra que já teve publicação anterior com o mesmo título para uma plaquete da aula inaugural na Faculdade de Letras e, agora, é republicada, acompanhada de diversos ensaios, o Olhar Virtual conversou com o poeta que acredita que a escrita o escolheu, sua única decisão foi aceitar a convocação, e que a poesia ou serve para mudar a vida do leitor ou não serve para nada.

Olhar Virtual: Como surgiu a idéia de escrever o livro?
Antônio Carlos Secchin: Constatei que o que havia escrito nos últimos anos já constituía material suficiente para compor um livro. Em geral, tratava-se de textos disseminados em numerosas publicações. Era hora de agrupá-los.

Olhar Virtual: Como a obra foi organizada?
Antônio Carlos Secchin: Busquei estabelecer uma sequência cronológica, não a partir das datas dos ensaios, mas das referências neles contidas, num arco que vai desde o século XVIII (Tomás Antônio Gonzaga) ao XX (Chico Buarque).

Olhar Virtual:Nesse novo livro, você reúne 18 ensaios literários sobre escritores diversos, como foi a seleção?
Antônio Carlos Secchin: Eliminei, nos textos que escrevi nos últimos anos, os mais curtos e circunstanciais. Espero que isso tenha dado mais consistência à obra.

Olhar Virtual: Em certo momento, no texto, você cita a questão da análise de um poema, em que costuma ser dar maior atenção à forma  que ao conteúdo. Em provas, como as de vestibular, você acha que isso é bem cobrado? E como você acha que os jovens devem ser incentivados à leitura?
Antônio Carlos Secchin: Não é possível separar forma e conteúdo, são relacionadas. Só é possível questionar e abordar uma quando a outra está presente. Quem separa forma e conteúdo certamente está passando longe da poesia. Quanto ao incentivo, acredito que se deve provocar o desejo, não a obrigação, da leitura. Deve ser algo espontâneo e que gere um prazer, não forçado para trabalhos, provas e eventos escolares.

Olhar Virtual: Você usa um termo: “microscopia do poético”, qual o significado desse termo no contexto do livro?
Antônio Carlos Secchin: O requinte e o prazer, em tudo, não apenas na poesia, residem no detalhe.

Olhar Virtual: Ao final do texto de abertura do livro há um poema de Ricardo Silvestrin, no qual ele diz: “é no livro que o poeta está enterrado vivo”. Você concorda com essa afirmação?
Antônio Secchin: Totalmente. O poeta pode morrer na vida, mas está sempre renascendo no bom texto. A partir de um bom texto, o poeta se faz eterno. Acho que isso está bastante marcado na minha obra que reúne tantos autores eternizados através de suas belas poesias.

Páginas: 273
Editora: Topbooks
Preço médio: R$39,00

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