Edição 320 17 de novembro de 2010
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O Prêmio Jovem Cientista teve sua primera edição em 1981 e, desde então, vem premiando trabalhos inovadores nas mais diversas áreas do conhecimento, com a participação efetiva de estudantes e pesquisadores de todas as regiões brasileiras. O aluno de mestrado da Coppe, Leandro Alves de Sousa, de 27 anos, foi agraciado com o Prêmio este ano na categoria graduando, que teve como tema “Energia e meio ambiente – Soluções para o Futuro”, disputando seu trabalho com outros 233, número recorde de inscritos.
O estudante, durante o mestrado, incentivado por seu orientador Victor Teixeira da Silva, começou as pesquisas sobre bioenergia devido à necessidade da busca por fontes alternativas de energia renovável, buscando um processo que fosse eficaz e que pudesse ser realizado a partir de óleos vegetais usados sem a necessidade de construção de novas plantas para a produção do combustível. Utilizando o óleo de girassol, Leandro produz combustível a partir do hidrotratamento.
Outro aspecto importante da pesquisa foi à motivação de fugir da polêmica "alimentos x energia", uma vez que se pode, a princípio, utilizar a estrutura já existente nas refinarias de petróleo.
O ponto alto da pesquisa não é a escolha do óleo de girassol para a produção de bioenergia, mas, sim, o catalisador empregado que se mostrou bastante eficiente. Ele traz as vantagens de ter como subproduto a água e não a glicerina, como acontece no caso do biodiesel e não necessita da adição do enxofre para se manter ativo.
Essas respostas encontradas por Leandro contribuem para a possibilidade de substituição de parte dos combustíveis derivados do petróleo pelos bicombustíveis provenientes de óleos vegetais já usados ou não utilizados na alimentação humana. Além disso, contribui para incentivar novos pesquisadores a estudarem temas relacionados à utilização de energias renováveis e, consequentemente, preservação ambiental, o que melhora a vida de toda a população.
“Fiquei muito feliz e, às vezes, fico imaginando se é mesmo verdade. Para mim é um prêmio super importante, onde a qualidade e seriedade do estudo foram reconhecidas. Esperança eu tinha já que sabia da qualidade da pesquisa. Talvez não imaginasse que ocuparia a primeira colocação”, diz Leandro.
Apesar do projeto ainda não ter sido posto em prática, existe uma grande expectativa de continuação de pesquisa e uma negociação com a Petrobras para um possível patrocínio.
A premiação acontecerá no dia 17 de novembro, quarta-feira, pelo presidente da República e reunindo, na cerimônia, autoridades governamentais da área da Ciência e Tecnologia, além dos mais respeitados nomes da ciência brasileira. Um dos principais resultados da iniciativa é a constatação de que a grande maioria dos premiados com o Prêmio Jovem Cientista segue carreira de pesquisa nas universidades ou institutos de pesquisa, consolidando suas carreiras em C&T.