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Edição 290      30 de março de 2010


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UFRJ participa de competição de casas biossustentáveis

Igor Costa Gomes - AgN/CT

No último sábado (27/3), cidades de diferentes países e moradores apagaram as luzes dos principais monumentos e lares durante uma hora como protesto contra a degradação do meio ambiente e para chamar a atenção dos políticos para a questão ambiental. Rio de Janeiro, Belém, Curitiba, Rio Branco, Cubatão, dentre outras, participaram do evento criado pela World Wide Fund for Nature (WWF), organização não governamental internacional dedicada ao meio ambiente. A UFRJ também desenvolve ações para ajudar a combater o aquecimento global. Este ano, a universidade, com outras instituições de ensino superior do país, envia um protótipo de casa biossustentável para competir no Solar Decathlon Europe 2010, que ocorre em Madri, na Espanha. 

O modelo batizado de Casa Solar Flex é produzido desde 2008 sob forma de consórcio. “Junto com a UFRJ estão inscritas a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Campinas (Unicamp), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)”, disse a professora Elaine Garrido Vasquez, uma das coordenadoras do projeto na UFRJ. 

De acordo com a professora, a casa conta com uma estrutura que pode ser adaptada a qualquer ambiente onde for construída. “Quando se fala de arquitetura, não é possível tratar todas as regiões da mesma maneira. Cada local tem um condicionante climático. É preciso tratar o clima em diversas instâncias. O protótipo que irá para a competição estará condicionado ao clima de Madri, mas a ideia original é que, depois do evento, sejam construídos modelos adaptados ao clima das cidades brasileiras”, explicou. 

Durante a construção da Casa Solar Flex, a equipe se preocupou com a eficiência dos equipamentos e com a facilidade de manutenção. “Todos os equipamentos utilizados são de qualidade, com selo de garantia. Por questões de segurança, nós decidimos utilizar tecnologias de última geração. O ciclo da edificação não para na entrega. É preciso que a construção dure 50 anos, e não há como garantir que materiais novos ou reciclados durem tanto tempo. Além do mais, os processos de produção desses materiais são caros, inviabilizando a utilização. Não adianta usar um equipamento reciclado mais caro e ineficiente que o comum”, informou. 

A competição surgiu em 2007, quando a equipe espanhola decidiu criar uma versão européia do Solar Decathlon, que acontece a cada dois anos em Washington, nos Estados Unidos. As provas atestarão o conforto térmico, a funcionalidade, a eficiência energética e a adequação do design da casa ao clima local. Cerca de 20 universidades de todo mundo estão participando. 

A professora Elaine Garrido diz que, pela capacidade de adaptação à realidade climática e financeira brasileira, o projeto não acaba na competição e afirma que o governo deve colaborar com o cidadão que deseja construir uma casa energeticamente sustentável. “Essas políticas devem partir do governo. Construir uma casa ecologicamente correta não é responsabilidade somente do cidadão. Na Espanha, quem investe em casas com energia solar ganha um incentivo fiscal do governo, uma vez que os painéis fotovoltáicos são muito caros. É necessário que haja investimentos e políticas públicas direcionadas para isso”, concluiu. 

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