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Edição 218      26 de agosto de 2008


No Foco

Igreja do Bom Jesus da Coluna, patrimônio histórico e cultural dentro da UFRJ

 

Vanessa Sol

foto no foco

Construída no século XVIII pelos franciscanos, a Igreja do Bom Jesus da Coluna já teve ilustres visitantes, desde os membros da Família Real até o presidente da República Washington Luís. Tombada, em 1964, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a construção é um exemplo de arquitetura colonial.

A Igreja do Bom Jesus da Coluna foi reinaugurada, no último dia 15 de agosto, após passar por um processo de restauração que durou cerca de dois anos e meio. Além da restauração da parte estrutural da igreja, incluindo a troca da cobertura, das esquadrias, dos pisos e dos forros, assim como a modernização das instalações elétricas e hidráulicas, foi realizado também o restauro das imagens que compõem o santuário.

Para dar início ao projeto de restauração da igreja, desgastada pelo tempo, o exército, através da Fundação Cultural do Exército (Funceb), buscou uma parceria com a Escola de Belas Artes da UFRJ (EBA) e com empresas privadas. A EBA ficou responsável pela restauração da parte iconográfica — as imagens. A primeira versão do projeto já existia há, aproximadamente, dez anos, mas entraves financeiros não permitiram sua execução na íntegra.

Com a posse de Ângela Luz ao cargo de diretora da EBA, em 2002, a parceria foi retomada e o restauro foi colocado em prática definitivamente com três etapas: a civil, responsável pelo restauro da edificação e realizada por uma empresa privada; e a restauração da imaginária e o curso de auxiliar de restauração, ambos ocorrendo paralelamente no Forte de Copacabana, desenvolvidos e realizados pela EBA. “Era um projeto muito antigo que tinha sido levado à frente em gestões anteriores, mas o grande entrave foi conseguir recursos financeiros para dar continuidade ao projeto, que é muito caro porque não só a parte de arquitetura estava em escombros como as esculturas já estavam no Forte de Copacabana porque o exército já tinha montado um laboratório para tentar fazer o restauro das peças num projeto anterior”, destaca a diretora.

O projeto de restauração das imagens foi conduzido em duas frentes. A primeira foi um curso de extensão universitária, com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão (PR-5), para a formação de auxiliares de restauração, ministrado por professores da EBA. Já a segunda foi o desenvolvimento da parte prática no laboratório construído no Forte de Copacabana.

O projeto de restauração iconográfica, coordenado por Paula Rocha, ex-aluna da EBA e restauradora credenciada pelo IPHAN, durou um ano e o objetivo era não só o restauro das imagens, mas também a qualificação dos profissionais de maneira teórica, prática e crítica. Os 10 melhores alunos do curso foram escolhidos para trabalhar como auxiliares de restauração das imagens da igreja. Entre os dez, cinco eram civis e os outros eram militares, que trabalharão na manutenção dos museus do exército e na própria igreja.

Segundo a diretora da EBA, foram descobertos, entre os militares, talentos naturais para a restauração. “Do ponto de vista cultural e da extensão, o projeto atinge seu objetivo que é levar à sociedade o benefício do conhecimento da universidade. O projeto não acaba na escultura que vemos restaurada, ele vai muito além. As imagens ficaram belíssimas e o resultado foi gratificante para todos os envolvidos”, destaca Ângela.

Para que essa evolução fosse possível, foi fundamental o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo Luz, “se não fosse a iniciativa da Funceb de apresentar o projeto ao BNDES, a igreja e as imagens jamais teriam sido restauradas. O financiamento foi realizado graças à intervenção do professor Carlos Lessa (ex-reitor da UFRJ), grande apreciador de arte”, ressalta a diretora.

Como a arte e, portanto, a preservação, conservação e restauração são vocações naturais da EBA, para 2010, a escola pretende criar o curso de bacharelado em Restauração e um Centro de Restauração.

 

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