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De volta ao palácio

 

SGCOMS - UFRJ

 
 

A vida no Palácio Universitário da UFRJ volta, gradativamente, ao normal. As atividades administrativas foram retomadas na segunda-feira (4), depois de suspensas em virtude do incêndio que acometeu o prédio no último dia 28 de março. As aulas — com exceção das do Instituto de Economia, que se iniciaram nesta terça — deverão recomeçar ainda esta semana, assim que forem instalados os contêineres hidráulicos que substituirão os banheiros interditados do Palácio.

Três deles chegaram hoje à Praia Vermelha. Outros cinco virão na próxima sexta. Eles serão montados em local próximo às entradas do Palácio e junto às redes hidrossanitárias existentes em seu entorno. Se os técnicos conseguirem instalar os primeiros contêineres em tempo, as aulas já podem ser retomadas nesta quarta.

Também estão sendo avaliadas medidas para que o fornecimento de água volte à normalidade. Uma das ideias mais viáveis é a construção de um castelo de água a ser erguido, num prazo de 30 a 60 dias, nos fundos do Palácio, com a supervisão e acompanhamento do Iphan.

O fogo, assunto dos principais jornais do estado na última semana, atingiu uma das maiores joias arquitetônicas da cidade do Rio de Janeiro: a Capela São Pedro de Alcântara, localizada no interior do Palácio Universitário da Praia Vermelha. Teve início no forro da Capela, onde vinham sendo realizadas obras de restauração e reforma, devido ao uso de um maçarico para solda.

O incidente provocou a destruição de itens de grande valor histórico, que datam da época da construção do prédio, em 1852. Entre eles o confessionário, os três lustres de cristal que adornavam o centro do salão e o altar-mor com a imagem de São Pedro de Alcântara, esculpida em mármore de Carrara, por F. Petrrich. Além da capela, foram afetados pelo fogo o Auditório Anísio Teixeira e o Salão Dourado, do Fórum de Ciência e Cultura (FCC).

Ainda não se sabe de quem foi a responsabilidade pelo incidente. “Se o maçarico foi o agente direto, o causador em última instância foi a inadequação da legislação brasileira de licitações, que nos obriga a contratar pelo critério do menor preço e não prevê mecanismos específicos para obras que tenham por finalidade a preservação do patrimônio material”, afirmava o primeiro comunicado oficial divulgado pela Reitoria da UFRJ.

Outros focos de incêndio

Outros dois focos de incêndio foram verificados no Palácio Universitário. O primeiro deles ocorreu por volta das 17h30 da quarta-feira, dia 30 de março. No último domingo (3), houve um novo incidente no Auditório Anísio Teixeira, no primeiro andar da ala central do prédio. Em ambos os casos, o fogo foi controlado em tempo, mas, por precaução, os estacionamentos no entorno do Palácio estão interditados.

Comoção e ajuda

Desde o dia 28, vários órgãos públicos, parlamentares e entidades civis vêm manifestando solidariedade à UFRJ. Alguns ofereceram, inclusive, apoio financeiro para as obras de reconstrução do Palácio.

Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, anunciou, em mensagem veiculada na rede social Twitter e repercutida nos veículos de mídia de massa, que  pretende arcar com metade do custo de reconstrução do Palácio Universitário da Praia Vermelha, cerca de dois milhões de reais.

O Instituto Ciência Hoje (ICH) se comprometeu a doar R$ 100 mil para reforma do prédio. “O ICH dispõe-se a arcar com as despesas de reforma das instalações elétricas, além de outras medidas para tornar o referido prédio mais seguro”, afirmou Renato Lessa, diretor-presidente do instituto.

Além disso, a Seção Sindical dos Docentes da UFRJ (Adufrj-SSind) disponibilizou sua “estrutura sindical a serviço da comunidade acadêmica da UFRJ” de modo a contribuir com a “busca de soluções cabíveis para este momento”.

Em comunicado oficial, divulgado no último domingo, o reitor Aloisio Teixeira enfatizou que o sucesso da reconstrução do Palácio Universitário da UFRJ é um desafio de todos. “Contamos com a compreensão de todos para enfrentar esse desafio e vencê-lo. A história da Universidade, que já superou obstáculos maiores em seus 90 anos, é a garantia firme de que o conseguiremos”.