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Observatório do Valongo, uma jornada de 130 anos



Luciana Guedes

 

Em 2011, são comemorados os 130 anos do Observatório do Valongo (OV). Para celebrar o aniversário, em junho será realizada a exposição “130 anos de Observações- Observatório do Valongo” e uma semana de palestras sobre Astronomia no Centro Cultural CCMN, na Cidade Universitária. E entre os dias 02 de agosto e 04 de setembro o Centro Cultural dos Correios sediará a exposição "Olhares sobre o céu: dos índios à conquista espacial".

A Astronomia iniciou-se no Brasil há 184 anos através do estabelecimento do Observatório Nacional pelo imperador Dom Pedro I, com o objetivo principal de manter a hora oficial para orientar a navegação. Em 1881, a astronomia no Rio de Janeiro pode progredir com a construção do Observatório Astronômico da Escola Politécnica (OAEP), atual Observatório do Valongo (OV), no morro de santo Antônio.

No final dos anos 20, o OAEP contava com um único professor, o preparador-mor de astronomia Orozimbo do Nascimento, e assim as atividades no Observatório entram num processo de estagnação. Com o falecimento do professor Nascimento em 1936, o Observatório passou por uma fase de abandono. Contudo, em 1958, com a criação do curso de graduação em Astronomia, o OAEP foi reaberto. A partir dai, inicia-se uma fase próspera com reformas nas estruturas do observatório.

Em 1967, o curso de Astronomia se torna uma graduação do Instituto de Geociências e o observatório é incorporado ao Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza da UFRJ como órgão suplementar, passando a ser chamado de Observatório do Morro do Valongo. A partir de então, vários equipamentos, especialmente o Telescópio Coude (Zeiss), foram adquiridos para serem utilizados na prática de Astronomia pelos alunos do curso.

Em 2002, o OV passa a ser uma Unidade Acadêmica, o departamento de Astronomia se transfere para lá, e o programa da pós-graduação é aprovado na UFRJ. Em 2003, passa a funcionar o Mestrado e, em 2010, o curso de Doutorado em Astronomia. “Todos os avanços, melhorias e reconhecimento, tanto do curso de Astronomia, quanto da própria instituição pela comunidade astronômica brasileira e internacional, foram resultado de esforço conjunto e continuado de professores, técnico-administrativos e estudantes”, declara a diretora do OV, Silvia Lorenz.  “Como a historia de uma instituição é muito importante, desenvolvemos projetos de preservação da memória”, conta.

A busca pela conservação do patrimônio do OV começou em 1997. Desde então documentos e fotografia foram higienizados e foi criado um espaço para a exposição de alguns instrumentos. “O espaço de visitas no observatório serve para recepcionar escolas nos diversos projetos de extensão desenvolvidos pelo OV”, explica a diretora. A reforma da cúpula do Telescópio Refrator Cooke, que faz parte do OV desde 1907, também fez parte do projeto de resgate do acervo histórico.