Especial Eleições - Chapa 10

“Temos que manter as conquistas atuais”

 

Aline Durães

 

 Carlos Antônio Levi da Conceição, candidato a reitor da UFRJ pela Chapa 10, intitulada “UFRJ em movimento”, enxerga na integração entre Ensino, Pesquisa e Extensão a saída para a universidade dar conta das demandas exigidas pelo conhecimento contemporâneo.

Professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe), Levi, que ocupou o cargo de pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3) na atual gestão, enfatiza que, caso eleito, seu principal desafio será garantir as atuais conquistas experimentadas pelas universidades federais brasileiras. “Já temos um projeto de universidade em andamento. Nosso primeiro compromisso é dar sustentação a esse projeto, desdobrar as iniciativas atualmente em curso e ampliá-las. Temos que pressionar as autoridades federais no sentido de manter as conquistas atuais e, se possível, aumentá-las”.

Para o candidato, investir nos cursos noturnos, aproveitando os espaços ociosos da universidade no período da noite, é a forma mais eficiente de atingir as metas de expansão da Graduação da UFRJ. Levi acredita, entretanto, que o crescimento passa por revisões dos procedimentos administrativos atualmente em curso na universidade. “Todos esses planos de expansão, os esforços de integração, essas iniciativas visando à ampliação de nossa infraestrutura ficarão ameaçados se não tivermos uma revisão profunda de nossos procedimentos administrativos, atualmente insuficientes para dar conta de nossas necessidades. Planejo um esforço concentrado na área de nossa administração garantindo essas revisões”. Conheça as demais propostas do candidato.

Olhar Virtual: Em sua opinião, qual o perfil do profissional que a UFRJ forma e qual ele deveria ser?

Carlos Antônio Levi da Conceição: O perfil dos estudantes da UFRJ está se modificando em função da proposta de aperfeiçoamento dos mecanismos de acesso à Graduação. Eles estão mais inclusivos, mais próximos das expectativas da nossa realidade social. A universidade vem, também, desenvolvendo medidas e providências para garantir a permanência do alunado com esse novo perfil através de apoio financeiro — na forma de bolsas, de transporte, da oferta de restaurantes universitários. Também estamos investindo para ampliar a oferta de moradia. O objetivo é tornar o ambiente da UFRJ mais acolhedor para o novo aluno que vem ingressando em nossa universidade.

Olhar Virtual: Muito se discute sobre a necessidade de alterações no estatuto da UFRJ. Por onde essa mudança deve começar?

Carlos Antônio Levi da Conceição: É reconhecida a defasagem do nosso estatuto em relação à estrutura atual da universidade. Ele não sofre revisões há muito tempo. Uma revisão ampla e profunda deve adequá-lo não só à estrutura atual, mas também preparar a universidade para o futuro. A revisão irá garantir uma estrutura mais ágil do ponto de vista da gestão acadêmica e administrativa, condizente com o tipo de conhecimento contemporâneo. Permitirá que estruturas da UFRJ tenham condições de se adaptar, de absorver essas novas transformações, que são padrões de exigência do desenvolvimento atual.

Os princípios organizadores de uma revisão do nosso estatuto devem reforçar e consolidar a autonomia universitária, devem ter condições de estimular a integração dos vários níveis e aspectos das atividades de nossa universidade, referentes ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão, promovendo, também, maior integração entre Graduação e Pós-Graduação, seja através do estímulo do compartilhamento de nossos recursos físicos e humanos, seja na garantia de que as nossas atividades permitam a transversalização da formação do nosso aluno, enriquecendo-o com conteúdos que garantam uma formação cidadã e mais abrangente.

Olhar Virtual: Como o senhor avalia o papel da Extensão na universidade?

Carlos Antônio Levi da Conceição: A Extensão também deve fazer parte dessa nossa estratégia de integração. Deve ser fortalecida a sua articulação com a Pesquisa, com o ensino de Graduação. Há que se garantir um espaço institucional para definição de suas políticas. Neste sentido, eu apoio a criação de um conselho acadêmico que possibilite a discussão integrada dos assuntos de Ensino, Pesquisa e Extensão. Esse espaço em si já estimularia essa integração, garantindo mais destaque para as nossas atividades de Extensão.


Olhar Virtual: Dentro de uma estrutura administrativa da universidade, como o senhor avalia o papel da Comunicação Institucional?

Carlos Antônio Levi da Conceição: A Comunicação Institucional tem que ser tornada o mais eficiente possível, precisa se transformar, de fato, em um veículo difusor que garanta a transparência das atividades relacionadas à gestão administrativa. Atualmente, o que se percebe — e isso é recorrentemente cobrado da administração — é a existência de críticas sobre suposta falta de informações, carência de veículos de divulgação dessas informações. Isso significa que precisamos investir em mecanismos mais efetivos de divulgação. Apesar de todos os esforços que a gente vem fazendo, reclamações e críticas relativas à falta de informação persistem. Eu costumo dizer que se as coisas não são veiculadas no Jornal Nacional, elas acabam não tendo a repercussão que todo mundo nos cobra.