No Foco

Jurubatiba é dos brasileiros

Rodrigo Baptista

Com o pagamento ainda este ano da indenização aos ex-proprietários de terras do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, espaço transformado em unidade de conservação em abril de 1998, chega ao fim um embate iniciado em 1995 e liderado pelo Núcleo de Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental (Nupem-UFRJ) para devolver aos brasileiros uma área de 14.860 hectares com ecossistemas intactos e semelhantes aos encontrados por Pedro Álvares Cabral quando chegou ao Brasil em 1500.

A previsão é de que a solenidade será realizada no Nupem, em Macaé, ainda no primeiro semestre. “Com o pagamento, os proprietários não têm mais nenhuma ligação com as terras. A partir de agora o parque será oficialmente do povo brasileiro”, comenta o professor Francisco Esteves, diretor-fundador do núcleo de pesquisas e presidente do Colegiado Provisório do Campus Macaé-UFRJ.

Entre os presentes ao evento estarão Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente (MMA); Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente; Rômulo José Fernandes Barreto Mello, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodversidade (ICMbio); Abelardo Bayma Azevedo, presidente do IBAMA, além de outras autoridades municipais, estaduais e federais. Durante a solenidade será realizada também a palestra “A Importância de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração para a Gestão dos Recursos naturais”.

 

Localizado na região norte do Estado do Rio de Janeiro, o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba abrange as planícies fluviais e marinha do litoral dos municípios de Quissamã, Carapebus e Macaé. A área de 14.860 hectares corresponde a 2,5 mil campos de futebol de ecossistemas intactos e semelhantes aos encontrados pelos portugueses, quando chegaram ao Brasil no século XVI. O parque, que é atualmente administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, surgiu da necessidade de preservação do ecossistema para investigação científica. Os pesquisadores do Nupem trabalham por lá desde a década de 1980. Aliás, o movimento de transformação da área em parque nacional foi iniciado em 1995 e liderado pelo núcleo, institucionalizado pelo Conselho Universitário da UFRJ como Unidade do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ em julho de 2006. “Isso mostra que o campus-Macaé tem, desde sua origem, forte preocupação ecológica e social”, finaliza Francisco Esteves.