De Olho na Mídia

Seja saudável: a qualidade de vida na mídia

Júlia Faria

imagem ponto de vista

A sociedade contemporânea apresenta acelerado ritmo de vida e fatores, como estresse e sedentarismo, que tendem a levar as pessoas a apresentarem graves problemas de saúde. Em função disso, a preocupação com uma melhor qualidade de vida é cada dia mais comum, constituindo-se em tema a ser explorado constantemente pela mídia. São comuns, portanto, programas e especiais dedicados a alertar sobre a importância da vida saudável, apontando os benefícios da alimentação balanceada, além das sérias conseqüências decorrentes da obesidade e de transtornos alimentares, como bulimia e anorexia.

A especialista em Nutrição Clínica e mestranda pela UFRJ, Christine Vogel, aponta que os veículos de comunicação têm abordado a alimentação saudável com grande amplitude nos dias atuais, destinando destaque peculiar à obesidade. “A população está cada vez mais obesa. Obesidade é uma doença séria, responsável por males secundários, como diabetes, hipertensão e arteriosclerose, que oneram o serviço de saúde pública. Programas educativos gerados pela mídia são muitas vezes o primeiro passo para que indivíduos obesos se reconheçam e busquem ajuda profissional, optando por uma mudança em seu estilo de vida”, afirma a nutricionista.

Tal influência positiva contrasta, no entanto, com a abordagem errônea feita por alguns veículos que contribuem para o estabelecimento da chamada ditadura da beleza. Dietas com fins de emagrecimento e que garantem a perda de peso em curto prazo, bem como a busca por corpos que se aproximem aos das celebridades são exploradas principalmente por revistas dedicadas ao público feminino. “Por falta de orientação profissional, muitas mulheres, principalmente adolescentes, buscam tais dietas. Elas sentem-se pressionadas a atingir uma meta de peso, pois não se aceitam fisicamente ou acreditam que, assim, serão aceitas dentro de um determinado grupo. Porém, na verdade, acabam por prejudicar a própria saúde”, esclarece Christine.

Além disso, ainda para atender ideais de beleza veiculados por alguns meios de comunicação, é comum a incidência de transtornos alimentares, como bulimia e anorexia. Curiosamente, a mídia tem igualmente o papel de conscientizar acerca dos malefícios de tais problemas. “Programas de televisão e editoriais de revistas podem ser um estímulo a transtornos alimentares quando divulgam a magreza como tendência de saúde e beleza, mas também podem alertar sobre os riscos que o baixíssimo percentual de gordura corporal pode provocar”, explica a mestranda.

Christine Vogel esclarece que perda ou ganho de peso com qualidade devem ser feitos com acompanhamento profissional, pois um nutricionista pode prescrever uma dieta individualizada a ser feita em conjunto a atividades físicas adequadas.

– Uma mídia bem informada pode ser um importante instrumento de conscientização. Ela pode se tornar uma aliada no esclarecimento dos malefícios que uma dieta inadequada acarreta à saúde, contribuindo com a formação de uma sociedade mais saudável, menos doente e mais ativa – conclui a especialista.

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