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Os transportes internos na UFRJ

Stéphanie Garcia Pires – Agência UFRJ de Notícias/CCS

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Ao se considerar o campus do Fundão, que concentra uma área de quatro milhões de m², é fácil perceber o quanto sua dinâmica depende do transporte público. Por isso, a necessidade de projetos que otimizem a locomoção tanto interna, quanto externa da população vinculada à Ilha da Cidade Universitária. A audiência pública para transportes internos na UFRJ, realizada na última sexta-feira, 6 de julho, foi mais um passo neste sentido.

Hélio de Matos e Ivan do Carmo, respectivamente, prefeito e vice-prefeito da UFRJ, uniram-se a Milton Flores, superintendente geral de Administração e Finanças (SG-6), para recolher críticas e sugestões a respeito do transporte interno no Fundão que, posteriormente, serão registradas em um documento que servirá de base para a decisão de quais mudanças devem ser providenciadas a curto, médio e longo prazos.

A situação atual do transporte interno da UFRJ

Em uma breve apresentação, Ivan revela que aproximadamente 13 mil pessoas utilizam os ônibus das linhas internas do campus, serviço terceirizado desde a década de 90. Atualmente, por contrato com empresa de transportes Real Brasil, há onze ônibus em circulação, mais um de reserva — número que aumentará em agosto para 12 mais um — que rodam aproximadamente 80 mil quilômetros (km) por mês.

Dentro do campus do Fundão, as áreas de embarque e desembarque estão concentradas no prédio da Reitoria, no Centro de Ciências da Saúde (CCS) e, principalmente, na região do Centro de Tecnologia (CT) e do Centro de Ciência Matemáticas e da Natureza (CCMN). Para esta demanda, estão disponíveis ao longo do dia — geralmente em intervalos de dez minutos — as linhas Especial, Reitoria e Alojamento, que também passam pelo transbordo da Linha Vermelha.

Além da circulação interna, há ônibus reservados para algumas viagens acadêmicas e as linhas de apoio — com horários limitados — para a circulação entre os demais campi da UFRJ e para pontos específicos: Norte Shopping, Avenida Brasil (Escola Bahia), Bonsucesso e Vila Residencial.

Ivan destacou também algumas determinações de contrato, segundo as quais, os ônibus da empresa Real Brasil a serviço da UFRJ não podem transitar em rodovias estaduais e federais e nem concorrer com outras linhas de transportes externos. Portanto, estas conduções devem ter paradas somente em pontos que guardem alguma relação com a universidade.

As críticas e as reivindicações

A audiência contou com a presença de estudantes e profissionais da UFRJ, moradores da Vila Residencial, além de um representante da empresa Real Brasil. No geral, a reivindicação mais recorrente foi pela ampliação dos horários dos transportes públicos. Por exemplo, pediu-se que sejam mais curtos os intervalos entre os ônibus que passam pela Vila Residencial aos sábados, e a inclusão de horários de meia-noite até seis horas da manhã. Foi solicitada também a disponibilidade de mais conduções para a integração entre os campi da universidade e alteração de alguns trajetos e horários. Internamente, foi requisitada uma maior freqüência de ônibus ao longo do dia em áreas de menor demanda, mas que requerem uma locomoção para outros prédios do Fundão, a exemplo do que ocorre no Pólo de Xistoquímica,

Algumas sugestões foram a respeito da utilização de meios de transporte alternativos. Para momentos do dia em que o número de passageiros é menor, o uso de vans. Um projeto, inclusive, estuda a possibilidade de usar barcas para fugir do trânsito nas ruas. “Por exemplo, um ônibus levaria as pessoas até o ponto da barca na Ilha da Cidade Universitária, que seguiria para Botafogo e, de lá, um outro ônibus conduziria os passageiros para o campus da Praia Vermelha” – argumentou o prefeito Hélio.

O planejamento dos transportes na UFRJ

Até setembro, está prevista uma segunda audiência em que se pretende debater sobre o transporte público em todo o Rio de Janeiro, haja vista que a locomoção para o campus do Fundão não depende somente da UFRJ. Para este meio tempo, foi criado um correio eletrônico (ouvidoria@pu.ufrj.br) como um caminho alternativo para continuar recolhendo as críticas e as sugestões a respeito dos transportes.

Segundo o prefeito da Cidade Universitária, o objetivo é reunir o máximo de informação possível para que se tenha ciência de quais as reais mudanças necessárias para melhor atender o público usuário com um projeto de transporte interno e externo mais eficiente.

— A segunda audiência pública servirá para reunir os passageiros, os representantes da Secretaria Municipal de Transporte e das principais empresas de ônibus que circulam nos campi da universidade. Uma discussão não tem sentido sem a presença desses grupos. Precisamos pensar em soluções tanto imediatas, quanto para o futuro e, por isso, queremos ouvir opiniões — explica Hélio.

O Prefeito, Ivan e Milton reforçaram a idéia de que a argumentação com as empresas de transporte público é sempre valorizada porque elas sabem que a Ilha do Fundão é um trecho lucrativo. “Além do alto número de passageiros, mesmo em período de férias, a maioria deles não desfruta de gratuidade nas passagens de ônibus. Isso pesa muito”, revela o vice-prefeito.