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Pesquisa eleitoral 2007: UFRJ vai às urnas

Aline Durães

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Nos dias 2, 3 e 4 de abril, a UFRJ viveu sua sétima Pesquisa Eleitoral, processo no qual a comunidade acadêmica indica os nomes dos futuros reitor e vice-reitor da universidade. Diferentemente do que aconteceu nas consultas anteriores, no pleito 2007, apenas uma chapa concorreu à reitoria, o que permitiu que o processo transcorresse com tranqüilidade na maior parte das unidades da instituição.

Aloísio Teixeira, professor do Instituto de Economia (IE) e candidato pela terceira vez ao cargo de reitor, destaca dois pontos específicos do processo eleitoral de 2007: o primeiro deles se refere à participação mais organizada dos estudantes nos debates; o segundo diz respeito ao deslocamento das preocupações da comunidade universitária:

— Outras questões começam a ocupar a mente de nossos professores e funcionários. Uma delas é o estrangulamento do quadro técnico-administrativo. Há uma preocupação generalizada com isso e, certamente, a reitoria terá que desenvolver alguma ação junto ao governo federal para conseguir reabrir vagas para concursos — garantiu.

O candidato à reeleição, que tinha como meta obter um quorum de 10 mil votantes, enfatiza que o esforço principal de sua campanha foi trazer os alunos para a votação, mas admite as dificuldades de atingir essa categoria: “professores e funcionários, por fazerem parte do corpo permanente da universidade, sabem que a consulta foi uma conquista obtida na década de 1980 e que não podemos abrir mão dela. Os estudantes não estavam aqui há 20 anos e, provavelmente, não estarão daqui a 4 anos, por isso ainda não tiveram essa percepção”, pondera.

Ainda assim, não foram poucos os estudantes engajados para Pesquisa Eleitoral de 2007. Natália Manfredini, por exemplo, aluna do 5º período do curso de Pintura da Escola de Belas Artes, compareceu às urnas já no primeiro dia de votação. A estudante acredita que participar da administrativa e política da universidade é um dever que todos os discentes deveriam cumprir. William Teodoro, do 7º período de Ciências da Computação, elege a preocupação com o mercado de trabalho como o principal fator responsável pelo distanciamento entre os alunos e as questões internas à universidade:

— A maior parte dos alunos só pensa mesmo em conseguir emprego fora daqui; isso é ainda mais forte no meu curso. Muitos colegas meus estão alheios ao que se passa na universidade, pois estão mais preocupados em se formar do que em melhorar a UFRJ — avalia William.

Professores e funcionários avaliam processo eleitoral

Os docentes e funcionários técnicos-administrativos que foram às urnas encararam o voto como uma forma de mostrar aprovação à gestão anterior de Aloísio Teixeira. Marinalda de Arruda, servidora da universidade há 32 anos, momentos depois da votação, elogiou as recentes iniciativas da administração central, principalmente aquelas relacionadas à revitalização das bibliotecas da instituição: “o professor Aloísio pretendeu renovar a universidade; ele veio para melhorar a UFRJ e, nesse sentido, tem projetos de grande porte para ela”, opina.

Ângela Biazutti, professora do Instituto de Matemática (IM), também prestigiou a votação, mas fez críticas quanto à paridade adotada na Pesquisa Eleitoral 2007. Pela primeira vez em um processo coordenado pelo Conselho Universitário, os votos de funcionários, alunos e professores tiveram o mesmo peso ponderado no momento da votação. Os objetivos de cada categoria são diferentes, o que, na opinião de Ângela, legitima a proporcionalidade adotada até 2002, que conferia o peso de 70% para os votos de docentes.

Apuração e Resultados

A apuração dos votos da comunidade universitária foi feita pela Comissão Coordenadora da Pesquisa Eleitoral, que, por 45 dias, esteve localizada no anexo do Conselho Universitário, no prédio da Reitoria. Confira o resultado da consulta no site www.ufrj.br.