• Edição 144
  • 14 de dezembro de 2006

No Foco

Projeto do Instituto de Biologia recebe bolsa da FAPERJ

Luiza Duarte

foto no foco

O Projeto Diversidade Funcional e Restauração de Ecossistemas Costeiros do Estado do Rio de Janeiro, desenvolvido pelo Instituto de Biologia da UFRJ em parceria com o Instituto de Microbiologia e o Instituto de Biofísica, teve o financiamento da FAPERJ renovado até 2009.

A bolsa da FAPERJ, em conjunto com o Ministério da Ciência e Tecnologia, via CNPq, é concedida através do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (PRONEX/2006). Outros 25 projetos da UFRJ também foram contemplados com a bolsa, que se destina a pesquisas na área cientifica e tecnológica de comprovada competência e reputação nacional e internacional. Os quase meio milhão de reais recebidos vão servir para compra de equipamentos, manutenção dos laboratórios, aquisição de material e serviços terceirizados, durante esses três anos.

Vigiando a degradação ambiental

Buscando analisar o ecossistema aquático da Baía de Guanabara e das lagoas do norte fluminense, o projeto pretende fazer um estudo do funcionamento e da estrutura dos macro e micro organismos dessas regiões. Através da coleta de dados, descrição, estudos em laboratório e da bioestatística, pretende-se compreender a biocomplexidade e suas condições variáveis. A biocomplexidade é a estrutura e o funcionamento do ecossistema e de seus processos, tais como alimentação, crescimento e reprodução desses organismos.

A análise também permitirá a identificação dos organismos e o estudo das fases de seus ciclos de vida e de como são afetados por elementos como maré, vento, temperatura e presença de nutrientes. Durante a pesquisa serão analisados a qualidade da água e os efeitos da poluição sobre a comunidade biológica. Alguns organismos, como as algas verdes, são “termômetros” indicadores do nível de degradação ambiental, já que aparecem em maior quantidade em locais poluídos. Um programa de amostragem regular deve ser mantido nos locais de coleta para acompanhar as possíveis alterações do ecossistema aquático. Porém, esses organismos que se adaptam a áreas poluídas não são suficientes para manter toda a cadeia alimentar, eles afetam diretamente os organismos maiores, que acabam sendo os primeiros a desaparecer.

A Baía de Guanabara é considerada um berçário de muitas espécies comerciais. Mesmo com o alto índice de poluição, ela resiste abrigando inúmeras espécies de animais, graças à entrada de massas de água limpa do mar aberto. O estudo constata que o canal que liga a Baía de Guanabara ao mar é o que a mantém viva. No entanto, aterros sanitários e o contínuo lançamento de sedimentos orgânicos podem comprometer a renovação das águas da Baía.

Essa linha de pesquisa seleciona microorganismos de importância biotecnológica. Ela estuda, ainda, a possibilidade de recuperar regiões degradadas utilizando-se de algas transplantadas para essas áreas, ou da introdução de microorganismos que se alimentam de detritos como o petróleo, desenvolvendo tecnologia de biorremediação.

Uma série de sub-projetos foram criados em parceria com a UERJ, PUC e outras instituições nacionais e internacionais, para o estudo da microbiologia, zooplâncton e macroalgas. O programa reúne alunos da graduação e contribui para a capacitação de técnicos e pesquisadores em ecologia e oceonografia. Segundo o professor Jean Louis Valentin, a manutenção de bolsas de estudo permitiu dar continuidade ao projeto, que já existe desde 2003.