• Edição 130
  • 06 de setembro de 2006

No Foco

Acidentes com transporte de cargas têm números impressionantes

 

Leonardo Velasco

foto no foco

Os prejuízos causados por perdas de cargas em acidentes nas rodovias brasileiras somam R$ 2 bilhões a cada ano e custam três vezes mais do que os roubos, cujas despesas totalizam R$ 700 milhões anualmente. Se consideradas outras variáveis, os valores chegam a mais de R$ 7 bilhões. Estes impressionantes números foram apresentados por Paulo Fernando Fleury, diretor do Centro de Estudos em Logística (CEL), do Instituto Coppead, da UFRJ, durante a abertura do XII Fórum Internacional de Logística.

Os números constam no estudo Custos de Acidentes e Mortes no Transporte Rodoviário de Carga, que mostra que os R$ 2 bilhões de prejuízo são resultado de cerca de 200 mil acidentes, que matam por ano 34 mil pessoas, considerando apenas os acidentes envolvendo veículos de carga. O número é maior que o de qualquer país da Europa e o terceiro mais alto da América Latina. O custo total considerando prejuízos à vida, que somam R$ 4,75 bilhões, perdas materiais (R$ 2,015 bilhões) e R$ 450 milhões de outras despesas, totaliza mais de R$ 7 bilhões.

“Fala-se em responsabilidade social o tempo todo, mas o que está sendo feito em relação a essa quantidade de mortes? Nada. São quase cem pessoas por dia. É o equivalente a um Boeing com cem passageiros caindo a cada 36 horas e ninguém faz nada", disse Paulo Fleury.

A maior parte das perdas contabilizadas recai sobre o governo na forma de gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) e benefícios previdenciários como auxílio-acidente, pensão por morte e aposentadoria por invalidez.

A forma como o governo investe também é um agravante para o professor. “Não adianta recuperar estrada e não colocar sinalização e nem fiscalização. Em vez de diminuir, o número de acidentes aumenta”, declarou, para depois explicar: "nas pistas esburacadas, o motorista não pode correr e dirige com mais atenção. Quando a estrada é mal sinalizada, a boa pavimentação potencializa o risco, porque a velocidade é superior".

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