• Edição 127
  • 17 de agosto de 2006

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Choppadas: diversão segura

Aline Durães

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O ritual se repete a cada semestre: os alunos veteranos são incumbidos de recepcionar os estudantes que acabam de ingressar na universidade. A choppada, festa realizada com os recursos obtidos pelos calouros nos dias de trote, é o grande – e esperado – momento de confraternização entre os discentes.

As choppadas, porém, vêm perdendo o habitual caráter integrador. Nos últimos anos, a divulgação feita em torno desses eventos cresceu. Hoje, as festas são anunciadas na Internet e em importantes emissoras de rádio e atraem um público heterogêneo, composto não só por alunos da UFRJ.

O volume de pessoas – algumas festas chegam a ter 6 mil participantes – dificulta o controle dos eventos. Jovens alcoolizados, acidentes de carro e depredação das dependências da universidade são os resultados negativos que uma choppada mal organizada pode causar. “Não temos condições nem obrigação de fazer a segurança das choppadas, já que elas não são eventos institucionais. Esse é um dever dos organizadores, mas mesmo assim, sempre atendemos às ocorrências urgentes”, ressalta Leandro Buarque, diretor de segurança da Divisão de Segurança (Diseg/UFRJ).

Na tentativa de evitar infortúnios e aperfeiçoar o sistema das choppadas, a Reitoria proibiu a realização das festas nos prédios principais da universidade e reservou um novo espaço para os eventos: a antiga sede da Associação Insulense de Aeromodelismo (AIA). Além disso, agora, os organizadores assinam, junto à Prefeitura Universitária, um documento, no qual se responsabilizam pela segurança da festa, pelo estacionamento dos automóveis e pela limpeza do local.

Hélio de Mattos, prefeito da Cidade Universitária, enfatiza que os realizadores das choppadas devem ainda comunicar ao Corpo de Bombeiros e aos hospitais das redondezas da Ilha do Fundão sobre as festas. Para o prefeito, as ações preventivas não podem ser desvinculadas de uma campanha de conscientização dos alunos. “Os centros acadêmicos devem alardear a idéia de que a universidade pertence aos estudantes e que eles devem preservá-la”, afirma Hélio.

Uma choppada inteligente

A choppada do Caninha, promovida pela Confraria dos Acadêmicos da Naval (Cana), do curso de Engenharia Naval, é um exemplo de como os alunos podem aliar diversão e segurança durante as festas de calouros. Jonatas Peixoto, coordenador do Caninha, credita ao planejamento antecipado o sucesso do evento.

De acordo com Jonatas, o grupo de veteranos se reúne dois meses antes da realização da choppada para organizá-la; nesse encontro, um projeto é montado e as tarefas são divididas entre os coordenadores. O estudante do 7º período conta ainda que a segurança é a grande preocupação dos organizadores do Caninha. “Procuramos contratar pessoas que trabalham dentro do próprio campus da UFRJ e que sejam de confiança da Diseg. Queremos inovar, mas com segurança”, destaca.