• Edição 121
  • 06 de julho de 2006

Zoom

Orçamento Participativo: eficiência nas finanças

Aline Durães

imagem zoom

Pelo segundo ano consecutivo, a UFRJ realiza o Orçamento Participativo. Desde 2005, a instituição calcula seus gastos de acordo com as necessidades de cada unidade. Em 2006, cerca de 10 dos R$ 94 milhões das verbas de custeio serão geridos diretamente pelos centros, decanias e unidades acadêmicas. O restante está destinado para cobrir as despesas centralizadas da universidade, como luz, transporte e contratos de manutenção.

pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3), Carlos Levi, afirma que o Orçamento Participativo possibilita aos diretores de unidades definirem prioridades e traçarem estratégias de expansão mais efetivas. O professor destaca também o caráter integrador do processo. “Ao partilharmos responsabilidades, estamos combatendo a fragmentação histórica da universidade”.

Embora seja uma exigência do Regimento Geral da UFRJ, o Orçamento Participativo enfrentou dificuldades para ser implementado. A carência de recursos, nos anos anteriores à iniciativa, foi a principal delas. “Os valores eram restritivos e acabavam por inibir esse tipo de orçamento. Muitas vezes, faltavam recursos para prover as necessidades básicas da instituição”, afirma Levi.

Apesar do aumento nas verbas – elas praticamente dobraram entre 2003 e 2006, os recursos ainda são insuficientes. A PR-3 estipula o valor de 160 milhões de reais como o ideal para atender a todas as demandas da universidade. Esse valor não contabiliza os projetos de expansão das atividades da UFRJ.

Assistência Estudantil é prioridade

Este ano, a Assistência Estudantil terá um orçamento de R$ 13 milhões, o que significa um aumento de 30% em relação a 2005 e de 400% em relação a 2003. Esses recursos serão convertidos em bolsas para a graduação, a pós-graduação e a extensão, e parte deles será utilizada para a realização de trabalhos de campo.

A prioridade dada para a Assistência Estudantil no Orçamento Participativo denota os esforços que a administração central da UFRJ vem realizando para oferecer condições de permanência na universidade aos estudantes menos favorecidos. A intenção é diminuir as taxas de evasão de alunos.

Rosana Morgado, diretora da Escola de Serviço Social (ESS), apóia a iniciativa. De acordo com a professora, são inúmeros os casos de universitários que abandonam os estudos em virtude das condições sócio-econômicas. “Muitos alunos não podem arcar com as despesas que uma universidade representa. Existem estudantes que trabalham o dia todo, o que impede que eles aproveitem totalmente os conhecimentos acadêmicos”, afirma.