• Edição 118
  • 14 de junho de 2006

Ponto de Vista

“Conhecendo a UFRJ” reúne 10 mil estudantes de Ensino Médio

 

Priscilla Bastos

imagem ponto de vista

Nos dias 7 e 8 de junho, aconteceu o “Conhecendo a UFRJ”, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão (PR-5) para alunos do Ensino Médio de escolas e cursos pré-vestibulares públicos e particulares. O evento, que inicialmente seria para 4500 alunos, totalizou 10 mil, além de uma fila de espera de cerca de 1500, graças à grande procura e interesse de alunos e professores. Para falar sobre a repercussão entre os estudantes e fazer um balanço geral, o Olhar Virtual conversou com a diretora de eventos da PR-5, Eliane Frenkel.

“A construção do evento contou com uma parceria entre a PR-5, a pró-reitoria de Graduação (PR-1) – incluindo a Comissão de Vestibular – e a coordenação de Extensão da decania do CCS; todos, com as suas equipes, trabalharam intensamente. Esse foi o primeiro ponto importante. Além disso, conseguiu-se integrar alunos de todos os cursos de graduação, professores, técnicos, porque, no momento em que, os próprios palestrantes falavam para aquele público que veio à UFRJ, podiam também ter a possibilidade de escutar os outros coordenadores. Cada um teve um estande, onde alunos de graduação podiam trocar informações variadas, algo muito interessante para integrar todo o corpo da universidade.

Os visitantes puderam, além de conhecer uma gama de cursos através dos estantes, assistir as palestras. Para isso, se deslocavam de um lado para o outro, de acordo com seu interesse; cada um fazia a sua própria programação dentro de tudo aquilo que oferecemos. Isso permitiu que conhecessem mais a fundo e tirar dúvidas. Alguns saíram daqui com muitas indagações, porque conheceram cursos que nem sequer passavam pela cabeça. Eles acabaram assistindo e se encantando. Um exemplo fantástico foi o caso de um menino, que, espontaneamente, disse para mim: ‘olha, eu não tinha a menor intenção de prestar vestibular para a UFRJ, mas, depois desse dia, a coisa que eu mais quero é fazer vestibular para a UFRJ.’

Procuramos fazer a inscrição de maneira institucional, a fim de que os alunos não chegassem aqui sozinhos, mas acompanhados de suas escolas, de seus professores. Todos os visitantes preencheram um formulário, dando suas percepções sobre o evento. Com isso, teremos, após um processo de depuração, um material bem rico em informações, porque capturamos diversas visões; dos professores visitantes, dos professores palestrantes, dos monitores que ficaram nos estandes, dos bolsistas que trabalharam no evento, dos alunos e dos coordenadores de mesa. Em um desses formulários, tivemos o caso de uma menina do Ciep Abílio Henrique Corrêa, a Amanda Silva, que deixou um depoimento muito emocionante: ‘agradeço a Deus a oportunidade que a mim foi concedida de conhecer um lugar que, tempos atrás, nunca imaginava pisar. Chorei muito quando cheguei aqui. Se Deus quiser estarei aqui estudando Letras, dando muito orgulho para minha mãe. Ela nunca imaginou que um dia eu iria conseguir. Muito obrigada. Que Deus sempre esteja à frente de tudo que vocês vão fazer daqui por diante, mas peço que possam dar mais oportunidades para as pessoas como eu, que moro no morro, não tenho oportunidades onde moro e sou negra, e que o ano que vem possam realizar esse evento de novo e ainda melhor.’

Vários alunos relatavam que desconheciam a UFRJ e que seus familiares ficavam um pouco preocupados com o índice de violência; mas, no momento em que eles perceberam o potencial da UFRJ, toda seriedade dos professores, o comprometimento daqueles que estavam ali falando, ficaram bastante motivados a fazer vestibular e disseram que as informações que obtiveram foram preciosas para fazerem a escolha dos cursos. Muitos saíram falando: “agora sim eu decidi”, enquanto outros ficaram em dúvida, mas, com toda certeza, de um jeito ou de outro, nenhum saiu sem ser sensibilizado. Então houve, realmente, uma mudança no comportamento deles.

O resultado final foi muito bom para todos os alunos de todas as escolas. Muitos que estudam em escolas particulares já têm o foco de que vão terminar o ensino médio e, em um curto espaço de tempo, chegar à universidade; o que não era o caso dessa menina, a Amanda, isso não era uma coisa que ela vislumbrava e, no momento em que teve a oportunidade de vir aqui, essa realidade se tornou mais próxima e ela pôde sonhar com isso.”