• Edição 116
  • 01 de junho de 2006

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UFRJ desenvolve facilidades para deficientes

Leonardo Velasco

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Os portadores de necessidades especiais foram durante muito tempo renegados a segundo plano, mas agora, cada vez mais eles conquistam espaço na sociedade. Porém, para conseguir ultrapassar alguns obstáculos, muitas vezes eles precisam de adaptações, o que é o objetivo de algumas unidades da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

“Sem o Dosvox eu dificilmente conseguiria fazer a faculdade, já que é usando ele que eu consigo fazer minhas pesquisas e ler textos”, afirma Marcos Lima, estudante de Jornalismo da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, deficiente visual e usuário do Dosvox, programa de computador que se comunica com o usuário através da síntese de voz. O software foi desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica (NCE/UFRJ).

Além do Dosvox, o professor Antonio Borges, do NCE, também desenvolve outros dois projetos: o Motrix, que é um software para pessoas com deficiências motoras, em especial tetraplegia ou amputações de membros superiores, terem acesso a computadores, e o Habilitar, que busca capacitação profissional para portadores de deficiência física e visual.

Deixando a barreira invisível das palavras para trás

Na Faculdade de Letras, a UFRJ descobriu um jeito de atender aos deficientes auditivos. Leis asseguram a presença em sala de aula de alguém que saiba a Língua Brasileira de Sinais (Libras), porém o cargo de intérprete ainda não foi oficializado. Mesmo assim, em março foram abertas quatro vagas no Departamento de Lingüística e Filologia para professores substitutos, quando a universidade contratou os intérpretes.

Atualmente as intérpretes atendem a duas pessoas. A professora Myrna Salerno, que ensina Libras na Faculdade de Letras, é acompanhada em reuniões, congressos e nas aulas das disciplinas que está cursando em sua pós-graduação. Além dela, a estudante Fernanda Araújo, da Escola de Belas Artes, também usufrui do trabalho das intérpretes.

“Existe ainda um projeto de formação de docentes, para termos professores de Libras, e um curso de formação de intérpretes. Mas isso ainda está muito no papel. A gente espera que agora outras pessoas surdas possam entrar na faculdade”, disse Margareth Lessa, uma das intérpretes.

Em outros casos, o objetivo não é transpor barreiras, mas sim acabar com elas. O Núcleo Pró-Acesso, da Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UFRJ), visa a maior e melhor integração sócio-espacial das pessoas portadoras de deficiências.

Sob a coordenação das professoras Regina Cohen e Cristiane Duarte, o núcleo busca conscientizar alunos, pesquisadores e profissionais da importância de um desenho universal que elimine todos os tipos de barreiras à acessibilidade.

Já a Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) desenvolve o Projeto Aguavida que, sob o comando da professora Tania Werner, dá aulas de natação e atende também a portadores de deficiência no campus da Praia Vermelha.

Comunique-se

Os interessados em obter o Dosvox e o Motrix devem acessar as páginas http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox e http://intervox.nce.ufrj.br/motrix . Para o Habilitar ou outras informações do NCE, pode-se entrar em contato com o professor Antonio Borges pelo telefone (21) 2598-3339 ou pelo email antonio2@nce.ufrj.br .

As intérpretes de Libras podem ser encontradas no Departamento de Lingüística e Filologia, pelo telefone 2598-9790. Secretário: José Carlos.

Para contatar o Núcleo Pró-Acesso – UFRJ, pode-se usar o email proacesso.ufrj@bol.com.br , ou o das professoras Regina Cohen (reginacohen@terra.com.br) e Cristiane Rose de Siqueira Duarte (cristianeduarte@superig.com.br)

Outras informações sobre o Projeto Aguavida podem ser conseguidas pelo telefone 2275-5939.