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Edição 249      12 de maio de 2009


Ponto de Vista

Brasil sobe no ranking da produção científica mundial

Júlia Faria


Avaliação anual feita pela National Science Indicators (NSI), instituição com uma das maiores bases de dados científicos do mundo, revela que o Brasil pulou da 15ª para a 13ª posição no ranking mundial de produção científica em 2008. Tal produtividade é medida pelo número de publicações em revistas especializadas. Segundo a avaliação da NSI, foram publicados 30.451 artigos brasileiros no ano de 2008. O país está à frente de nações como Rússia e Holanda. Liderando a lista estão os Estados Unidos.

Para analisar as origens e os impactos desse crescimento, bem como a colaboração da UFRJ para fazer o Brasil subir dois lugares no ranking de produção científica mundial, o Olhar Virtual conversou com Ângella Uller, pró-reitora de pós-graduação e pesquisa.

Olhar Virtual: A que a senhora atribui esse crescimento na produção científica brasileira?

O avanço na produção científica brasileira se deve aos constantes investimentos em ciência e tecnologia. O governo tem promovido um grande crescimento nessa área. Além disso, a Faperj (Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) tem oferecido mais recursos para o oferecimento de bolsas.

Olhar Virtual: Qual a importância disso para o país?

A importância desse avanço está em permitir ao Brasil desempenhar um papel de protagonista no cenário mundial de ciência e pesquisa.

Olhar Virtual: Como a UFRJ tem contribuído para esse avanço?

A universidade tem trabalhado para estimular o desenvolvimento de cursos de mestrado e doutorado. Não tenho números exatos; porém, a UFRJ está agora com cerca de 20 novos cursos. Considerando que cada um tem a média de 20 a 30 alunos, chegamos a um número aproximado de 500 mestrandos e doutorandos fazendo pesquisa e produzindo conhecimento científico.

Olhar Virtual: A senhora acredita que ao buscar aumentar o número de professores efetivos a UFRJ colabora ainda mais para incentivar a produção científica?

Sem dúvidas. O professor efetivo trabalha em tempo integral e com dedicação exclusiva.

Olhar Virtual: O que fazer para gerar um crescimento ainda maior na produção científica brasileira?

No âmbito da UFRJ, acredito que é preciso dar mais atenção à substituição de professores. Alguns cursos têm professores perto de se aposentarem. Porém, não podemos abrir seleção para novos professores enquanto os outros não tiverem a aposentadoria efetivada. Dessa forma, impedimos a convivência entre os jovens professores e os mais seniores, o que é uma pena.

Olhar Virtual: Como transformar a produção científica em tecnologia?

Na verdade, isso é um falso problema. Nos países avançados, cerca de apenas 4% das patentes são oriundas de universidades. Já no Brasil, esse número está em 10 a 11%. O que precisamos, portanto, é ter maior esforço no sentido da cultura de inovação. É preciso proteger o conhecimento, porém torná-lo acessível à sociedade. Não adianta a universidade ter um grande número de patentes, se isso não tem reflexos na sociedade.

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