Edição 248 05 de maio de 2009
Há até poucas semanas uma situação chamava a atenção de quem transita pela Cidade Universitária. A grama do campus, aparada com regularidade, estava alta, chamando atenção para a possibilidade de proliferação de animais e ocorrência de assaltos. A ausência dos serviços de poda, capina e remoção do lixo causou estranhamento, já que mantê-los em dia tem sido compromisso, há alguns anos, da atual administração da UFRJ. A situação ocorreu devido ao vencimento do contrato com a empresa Rodocon, que realizava o serviço de manutenção externa e coleta de lixo dos campi da universidade. Agora, no entanto, a situação já está sendo normalizada.
Segundo Hélio de Mattos, prefeito da Cidade Universitária, desde sua fundação, o campus experimentou projetos de revitalização paisagística. Porém, eles foram intensificados a partir de 2003, data de ingresso da gestão atual. “A iniciativa de nossa Reitoria faz parte de um projeto que visa melhorar as condições de vida das cerca de 65.000 pessoas que diariamente circulam pela Ilha da Cidade Universitária. Uma cidade desse porte, com a característica de ser um espaço para atividades de ensino, pesquisa e extensão, necessita ter um serviço exemplar nessa área”, disse o prefeito.
Nesse sentido, os serviços de poda, capina, roçada, remoção de vegetais caídos e resíduos, limpeza de bueiros e bocas de lobo, manutenção de abrigos de ônibus e jardins são fundamentais para proporcionar a sensação de segurança nas pessoas. Curiosamente, no mesmo período em que as atividades estiveram paralisadas, foram registrados casos de violência no campus, como o assalto a quatro alunas e uma professora em sala de aula do Instituto de Nutrição, além de três sequestros-relâmpagos.
Hélio de Mattos afirma, porém, que os acontecimentos não têm ligação com a ausência temporária do trabalho de manutenção externa. “O que aconteceu na semana passada foi o quarto episódio nos últimos cinco anos, três na Ilha da Cidade Universitária e um no campus da Praia Vermelha. Tivemos este ano três pessoas que foram sequestradas dentro de um estacionamento e levadas para fazerem saques em caixa eletrônico. Imediatamente acionamos a Secretaria de Segurança Pública, que colocou três viaturas ajudando a ronda do campus. Desde então não tivemos mais nenhum registro desse delito, que, infelizmente, ocorre em toda a cidade do Rio de Janeiro, e a nossa Cidade Universitária não fica imune”, explica Mattos.
Serviços normalizados
A paralisação dos serviços de manutenção externa e de coleta de lixo ocorreu devido ao vencimento do contrato com a empresa Rodocon, que até então era responsável por eles. Harley Moura, assessor da Superintendência Geral de Administração e Finanças (SG-6), explica que houve um decurso de prazos, ou seja, a contratação de uma nova empresa acabou não sendo feita dentro do prazo determinado. “Não houve tempo hábil para que uma empresa a ser responsável pelos serviços de manutenção dos campi fosse contratada, até mesmo porque esse é um processo que deve ser feito com cuidado, e não de forma atropelada”, afirma Harley.
A licitação para contratar novas empresas, no entanto, já está em andamento. Enquanto isso, duas empresas trabalham em caráter emergencial e têm contrato de 90 dias. A Ponta do Céu, responsável por capina e varredura, desde o final do mês de abril trabalha para normalizar a situação nos campi. A empresa Locanty, por sua vez, que realiza coleta de lixo, também já está em operação.
Anteriormente, a empresa Rodocon realizava tanto as tarefas de recolhimento de lixo, como de manutenção externa. Após a licitação devem operar até quatro empresas dentro da UFRJ para a realização de tais atividades, que passam a se dividir em varrição, limpeza e retirada de resíduos; roçado e jardinagem; coleta de lixo extraordinário (comum); e recolhimento de lixo infectante.
Essa divisão que leva à contratação de pelo menos duas empresas traz um benefício econômico à universidade, devendo levar até mesmo a uma redução nos atuais gastos estimados em 10 milhões. “Além disso, ampliamos o leque de empresas que podem ser contratadas, já que para as atividades de poda de árvores e recolhimento de lixo infectante as empresas precisam de uma documentação especial”, afirma Harley.
A estimativa é que todo o processo de licitação e a entrada das novas empresas aconteçam em até 90 dias, quando acaba o contrato de emergência com as empresas Ponta do Céu e Locanty. Assim, até junho, a situação deve estar completamente regularizada.