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Edição 213      22 de julho de 2008


No Foco

Intercâmbio acadêmico: uma experiência multicultural

Vanessa Sol

foto no foco

Todos os anos, o Setor de Convênios e Relações Internacionais (SCRI) da UFRJ, através de seu programa de mobilidade acadêmica, encaminha cerca de 200 estudantes para universidades estrangeiras. Além de valorizar o intercâmbio, o setor acredita que a importância do programa está na possibilidade da UFRJ entender e aprender a lidar com a diversidade cultural.

O coordenador do setor, professor Geraldo Nunes, explicou que esta interação cultural ocorre quando os alunos voltam do intercâmbio, porque trazem uma experiência nova à universidade. “Os programas de mobilidade acadêmica criam um ambiente cultural novo dentro da universidade. As pessoas aprendem a lidar com o que é diferente e quanto maior a diversidade de pessoas circulando pelo campus, maiores serão os benefícios da troca de experiência”, destaca o coordenador.

Outra forma de interação acontece com aos alunos estrangeiros que vêm estudar na UFRJ. São, aproximadamente, 200 estudantes oriundos de países europeus e africanos por ano.

A UFRJ mantém, atualmente, 80 convênios ativos com universidades estrangeiras. Os principais parceiros são os países da Europa. Entretanto, o coordenador do SCRI enfatizou que a universidade está tentando estreitar relações com os países da África e da América do Sul, embora convênios já tenham sido firmados com países desses continentes.

Quando os convênios são realizados ambas as instituições assinam um acordo de reciprocidade e de revalidação de disciplinas.

O coordenador explicou também que há uma proposta para a criação de um sistema de revalidação de diplomas da graduação. A Escola Politécnica da UFRJ já está implantado um sistema desta natureza para seus alunos egressos do programa de intercâmbio. A revalidação já acontece, atualmente, com os diplomas de mestrado e doutorado cursados em sistema de intercâmbio.

Outro ponto importante, para Geraldo Nunes, é a possibilidade de co-tutela, existente em casos de alunos intercambistas de pós-graduação strito sensu. A co-tutela trata-se de um sistema de dupla orientação ao estudante, o que, na opinião de Nunes, aprofunda a questão multicultural nas pesquisas. A França foi pioneira na implantação da co-tutela, e, agora, Espanha e Portugal também aderiram.

Em geral, o SCRI realiza dois processos seletivos por ano, no qual os alunos podem ficar entre 6 meses e 1 ano estudando em uma universidade estrangeira. Os alunos dos cursos de Arquitetura, Engenharia, Economia, Administração e Comunicação Social são os que mais procuram o intercâmbio. Na área médica começa haver agora, segundo Nunes, um maior interesse dos estudantes.

No entanto, o coordenador afirma que a procura seria maior se fossem oferecidas bolsas para os estudantes fora do país. “É necessário desenvolver um programa de bolsas para auxiliar os estudantes que desejam fazer o intercâmbio, mas que não têm condições financeiras para se manterem em outro país”, destaca.

Apesar de existir desde 1994, o SCRI teve suas atividades incentivadas a partir de 2003, com atual gestão que compreende a importância do programa de intercâmbio para a vida acadêmica do aluno e para a vida cultural da universidade. A partir deste momento, o setor se institucionalizou e passou a congregar todas as atividades relacionadas ao intercâmbio. Antes eram realizadas atividades pontuais dentro da universidade.

No entanto, o coordenador do SCRI afirma que alunos, professores e técnicos-administrativos da universidade precisam se engajar na luta por mais recursos para o setor em função da sua importância. “É importante conhecer os mecanismos de um intercâmbio acadêmico, pois já existem muitas universidades e instituições estrangeiras oferecendo bolsas e estágios, mas que são de caráter duvidoso. É necessário ficar atento a todas essas questões, senão o que veremos no futuro será a privatização das universidades públicas”, ressalta Nunes.

O coordenador acredita que o sistema de intercâmbio tem que ser extensivo também aos técnicos-administrativos. Para tanto, o sindicato precisa atuar nesta perspectiva. “Precisa ser elaborada uma proposta de intercâmbio para os funcionários também,” declara.

De acordo com Nunes, o SCRI tem potencial para selecionar e encaminhar mais alunos para universidades estrangeiras através do programa de mobilidade acadêmica, porém, a falta de infra-estrutura adequada dificulta a realização dos processos seletivos.


 

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