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Edição 134      05 de outubro de 2006


Ponto de Vista

Segundo turno é promessa de maior debate político

Leonardo Velasco / foto: Gabriela d' Araujo

imagem ponto de vista

Depois de não participar dos debates na televisão no primeiro turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já prometeu mudar de estratégia no segundo turno e se prontificou a estar na TV para falar de suas propostas. Este fato demonstra bem as expectativas dos especialistas que já vem cobrando na imprensa um maior debate de propostas de governo. Para muitos, o primeiro turno foi mais uma disputa de imagens do que realmente de propostas.

O Olhar Virtual conversou com Charles Pessanha, professor de Ciências Políticas do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, que acredita que a prova da falta de debate é justamente a ida para o segundo turno.

“O caráter da eleição em dois turnos é exatamente esse, de ter mais espaço para o debate das propostas de governo. Se a maioria da população apóia as propostas de um candidato, ele é eleito já no primeiro turno, o que é um sinal que ele teve as propostas imediatamente aceita pela maioria dos eleitores.

Já o segundo turno é um sinal de que as propostas de um ou dos dois candidatos ainda precisam ser explicitadas para melhor compreensão dos eleitores. No segundo turno os candidatos terão que mostrar alianças e outras propostas que tenham para levar a população a escolhê-lo.

O objetivo do segundo turno é exatamente evitar eleger um candidato que não tenha propostas consideradas consistentes e que não agradem a população. A expectativa é que no segundo turno o maior debate das propostas aconteça, embora não se saiba o que realmente irá acontecer.

No primeiro turno não tivemos um grande debate de propostas, pois, se os candidatos se apresentassem com propostas claras e que agradassem a população, teriam sido eleitos no primeiro turno. Agora eles precisam ser mais explícitos nas suas propostas, o que certamente irá acontecer.

È bom lembrar que o primeiro turno já fez um filtro, porque para se eleger agora é a maioria de um universo diferente de eleitores. Quem votou em outros candidatos também conta e decide. E é por este motivo que os outros candidatos estão sendo procurados por quem está no segundo turno”.

Ivana Bentes, professora e diretora da Escola de Comunicação da UFRJ, elaborou uma curiosa peça de ficção em que o ex-presidente João Goulart, já falecido, retorna e reflete sobre o panorama político atual. Leia o texto no Painel de Argumentos.

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