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Edição 121      06 de julho de 2006


De Olho na Mídia

Alunos do CAP-UFRJ são os melhores em português e matemática no país

 

RIO - Os alunos da 8ª série do Colégio de Aplicação da UFRJ são os melhores do país em língua portuguesa e matemática. É o que aponta o Prova Brasil, o maior teste já realizado com estudantes da rede pública de 4ª e 8ª séries.

A avaliação foi feita no ano passado, pelo Ministério da Educação, com mais de três milhões de alunos de 40 mil colégios. Enquanto a média nacional foi de 222 pontos em português, a do CAP foi de 310, em uma escala de 0 a 350.

Em matemática, a diferença foi ainda maior: eles fizeram 347 pontos de um total de 375, 90 a mais que a média das outras escolas. Mas o que os alunos do CAP têm de tão especial?

“Sempre temos debates nas aulas, conversamos sobre geografia, física, filosofia, português. Estamos sempre tentando aprender mais do que foi exposto para nós”, explica o aluno Leonardo Ferreira.

“Além de o ensino ser muito melhor, os alunos do CAP têm hábitos acadêmicos, eles estudam depois da aula”, conta a aluna Pilar Saldanha.

A rodinha de violão, o namoro no corredor e até a bagunça no meio da gravação do RJTV fazem parte de uma política educacional diferente, que põe a liberdade e o espírito crítico em primeiro lugar.

“Temos abertura para conversar com os professores, eles são bem abertos a discussões, a novas opiniões na questão das regras. Os alunos, de certo modo, participam”, diz a aluna Letícia Quintanilha.

“Procuramos incentivar esse espírito crítico, a autonomia dos meninos. Eles participam de todas as instâncias da escola. Eles participam nas decisões a respeito das aulas”, confirma a diretora, Celina Maria de Souza.

Bárbara Tinoco estuda no CAP desde a primeira série. Já teve que enfrentar muitas greves de professores, mas acha que até as dificuldades se transformam em benefícios.

“É um trabalho em conjunto. As pessoas todas se unem para fazer um colégio bom. Todo mundo quer que aconteça isso”, orgulha-se ela.

Todos os professores têm dedicação exclusiva - só podem trabalhar no colégio. Além disso, têm um plano de carreira, que dá benefícios aos profissionais mais antigos, com mais tempo de casa. Segundo eles, um estímulo e tanto.

“Você pode ser dedicar completamente ao seu trabalho. É diferente do que acontece com outros professores, que trabalham por hora em outras escolas e têm que ficar trabalhando um pouco em cada escola para conseguir uma renda razoável. Se vocês andarem pela escola, vocês vão encontrar professores mais felizes”, garante a professora Rosalina Costa.

Os alunos percebem. “Temos a maior compreensão do professor, ele busca nos ajudar o tempo inteiro. Isso colabora, porque o aluno passa a gostar da matéria, passa a ter o prazer de estudar”, elogia o aluno Leandro Garrido.

Além dos cem professores, eles têm apoio dos licenciandos, alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que acompanham todas as aulas, para depois tirar as dúvidas dos estudantes.

“Eles acabam sendo muito mais motivadores para nós do que nós para eles”, observa o universitário Elson Lima.

Fazer parte do seleto grupo dos melhores estudantes do país depende do acaso. Para entrar nas turmas de alfabetização e 5ª série, é feito um sorteio. Para o primeiro ano, há uma prova de nivelamento e depois sorteio também. A concorrência chega a 1.200 alunos para 50 vagas. O prêmio para os sortudos você já sabe qual é.

Veículo:Globo online    Data: 03/07/2006  Editoria: Educação

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