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Edição 121      06 de julho de 2006


No Foco

Abastecimento de água: um problema de saúde pública

Leonardo Velasco

foto no foco

Sem fiscalização e controlado no Rio de Janeiro por uma empresa com graves problemas, o saneamento público é uma questão, antes de tudo, de saúde pública. Apesar da boa qualidade da água tratada pela Cedae, sua desorganização acaba acarretando prejuízos para a população.

O rio Guandu, principal fonte de abastecimento de água para o Grande Rio, tem sempre água suficiente para ser tratada. O que não quer dizer que a Cedae tenha sempre a capacidade de tratar a quantidade de água necessária para abastecer a população, devido a problemas de aumento de poluição no rio, por exemplo.

A existência de algum problema de abastecimento localizado é importante sobre o ponto de vista da saúde pública, já que o racionamento de água acaba incentivando o uso de caminhão-pipa e galões de água.

“Quando a população tem que comprar carro-pipa existe um problema de saúde pública, porque essa água não tem garantia. Quando esta água não está boa, transmite doença. Não é à toa que a doença que mais mata nesse país seja diarréia, que é típica de contaminação por água”, destacou o professor Paulo Canedo, do Laboratório de Hidrologia da Coppe/UFRJ, denunciando desperdício de recursos do Ministério da Sáude.

Manutenção precária

A falta de manutenção de rede é outro dilema. Ela ocasiona enormes vazamentos, acarretando insuficiência de água, ou seja, ela não chega onde devia chegar e novamente a pessoa é obrigada a usar caminhão-pipa. Além disso, obriga a Cedae a tratar mais água, o que gasta mais dinheiro.

Fora os carros- pipa, os galões de água também são considerados um vilão pelo professor. Para ele, as pessoas usam este artifício por não confiarem na empresa de saneamento, confundindo o serviço mal prestado pela companhia, com o produto de qualidade.

“O serviço é ruim, mas a água é boa, porque tem um enorme controle. Feema, Ministério da Saúde e um sem número de pessoas controlam a qualidade da água tratada pela CEDAE. A população tenta se resguardar comprando água do garrafão azul, o que aumenta o risco de doenças”, declarou.

Não fazer a manutenção da rede não causa prejuízos apenas à saúde da população. Metade da água tratada da Cedae se perde, onerando o usuário. “Logo, você poderia estar pagando a metade do que se paga em água”, afirmou o professor, que integra o Conselho Estadual de Águas.

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