Coordenadoria de Comunicação do Gabinete do Reitor - UFRJ www.olharvirtual.ufrj.br

Edição 119      21 de junho de 2006


Zoom

Pesquisa define perfil de aluno de origem popular

Joana Jahara

imagem zoom

Na última terça-feira, dia 20 de junho, o “Seminário local: Acesso e permanência dos estudantes de origem popular na UFRJ”, que integra o projeto Conexões de Saberes, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, do MEC, divulgou os resultados do perfil básico do estudante universitário da UFRJ. O aumento do ingresso gradativo dos estudantes de classe popular, entre os anos de 1997 e 2005 foi uma das principais constatações. Entre os objetivos da pesquisa está a oferta de subsídios para a reflexão e implementação das políticas públicas voltadas para a democratização do ensino superior.

Definindo conceitos

A coordenadora geral do projeto Conexões de Saberes da UFRJ, Carmem Teresa Gabriel, explica que para se chegar numa discussão conceitual, primeiro foi preciso construir a categoria de análise do que se está chamando de estudante de origem popular. “Isso se apresentou nas coordenações de diferentes Conexões federais. Depois de muita discussão escolhemos algumas variáveis para a identificação desse estudante, que são o território, o espaço popular, o espaço onde esse estudante mora e como ele representa esse espaço; a escolaridade dos pais, onde foi feito um corte até o ensino fundamental completo; a renda familiar de até três salários mínimos; a trajetória do aluno, cor e etnia”, disse.

Dos 25.287 alunos que responderam à pesquisa on-line, o que corresponde a 73,92% do total de ativos da UFRJ, somente 7,93% constitui o universo de estudantes universitários de origem popular. A partir desse recorte o projeto também buscou saber em que cursos e turnos esses estudantes mais se encontram: Serviço Social, com 17% em relação aos ativos, Letras (português/literatura) com 16,2% e História com 13%. Direito tem 3,9% de seus alunos nesse perfil, Arquitetura tem 3,2% e Medicina apresenta apenas 0,5%. O turno da noite também é o mais procurado, onde 31,7% se encontram, número um pouco acima do da manhã, com 30,5%.

A proposta do Seminário não foi de apenas aumentar o número desses alunos na universidade. “Há centros e unidades onde não se tem nenhum estudante de origem popular, por outro lado há outros que estão concentrados. Além disso, temos que focar na permanência desse aluno com qualidade, não somente para evitar a evasão, mas para que esse estudante não seja de segunda ordem aqui dentro”, explica a coordenadora. A Superintendente Geral de Graduação (PR-1), Deia Maria Ferreira dos Santos, propõe a utilização de formas alternativas, como esse projeto para trazer para dentro da universidade esses saberes que estão à margem da academia, mas que não são marginalizados.Atualmente, o Programa Conexão de Saberes envolve 31 instituições federais de ensino superior.

Anteriores