• Edição 117
  • 08 de junho de 2006

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Mapeamento de ruídos no Rio de Janeiro

Leonardo Velasco

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Dar ao Poder Público material para combater a poluição sonora. É com esse objetivo que o professor Fernando Castro Pinto, do Laboratório de Acústica e Vibrações (LAVI) do Departamento de Engenharia Mecânica, da Escola Politécnica da UFRJ, está desenvolvendo e coordenando, em fase inicial, o projeto de mapeamento de ruídos da cidade do Rio de Janeiro. “Com esse projeto vamos levantar qual o nível de poluição sonora que a população está exposta e também quantas pessoas estão expostas àquele ruído. Destas maneiras o Poder Público poderá tomar as melhores decisões para mudar este quadro”, afirma Fernando Castro.

O trabalho consiste no mapeamento e na identificação dos pontos de ruídos, como os do trânsito, de bares e de outras atividades que geram poluição sonora. Depois disso, as informações serão inseridas em um software que fará um mapa, destacando as áreas mais ruidosas, através de um sistema de escala de cores, correspondente aos decibéis.

Também serão feitas algumas medições em pontos aleatórios e existe o plano de implantar pontos de medição permanentes. Depois serão comparadas todas as informações, propiciando um melhor mapeamento desses pontos de ruídos.

Nós esperamos ter algo palpável até o fim do ano, tendo pelo menos mapeados os bairros Tijuca e Copacabana. Dessa forma saberemos também o tempo e os gastos, para poder fazer uma previsão do que será necessário para toda a cidade e buscarmos apoio”, disse o professor, explicando “o Rio de Janeiro é imenso e por isso vamos por partes. Escolhemos então áreas que são bastante populosas e que já têm um histórico de ruídos. Por isso vamos começar por estes dois bairros”.

Cidade importante na área

O Rio de Janeiro tem uma série de fatores que o credenciam a realização do estudo. Fernando Castro, além do grupo de Acústica e Vibração da UFRJ, o Inmetro e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente também têm forte atuação na área. Além disso, a cidade tem uma boa legislação com relação à poluição sonora.

“Temos uma das melhores legislações de ruído do país. Ela não é a ideal, mas é muito boa. O problema é que ela é muito dependente de fiscalização — alguém reclama e aí vai se fazer a medição. Na Europa, a legislação já prevê o mapeamento para que o Poder Público possa tomar atitudes para a melhoria de vida da população. De maneira pioneira queremos fazer o mesmo”, declara o pesquisador