• Edição 114
  • 18 de maio de 2006

De Olho na Mídia

Parceria do governo com a Petrobras pode garantir despoluição do Canal do Fundão antes do Pan 2007

 

Uma proposta de parceria apresentada pelo governo estadual à Petrobras de despoluição dos canais do Cunha e do Fundão pode garantir a limpeza total da área antes do início do Pan 2007. Há quase dez anos, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram um projeto com este objetivo. A obra foi apresentada a três administrações estaduais, mas, até agora, não saiu do papel.

O projeto do governo prevê o alargamento e a dragagem do Canal do Fundão, que teria a profundidade aumentada para quatro metros. Com isso, a água do mar voltaria a circular, o que ajudaria na recuperação do ecossistema.

— Não tenho a menor dúvida de que há tempo para finalizar esta obra antes do Pan 2007. São oito meses de obra, começando daqui a um ou dois meses. Não teria nenhum tipo de problema — concluiu o presidente da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), Ícaro Moreno Júnior.

A Petrobras informou que o projeto ainda está sendo analisado pelos técnicos do Centro de Pesquisas da Ilha do Fundão.

— Quem transita pela Linha Vermelha, vindo do aeroporto, ou da Rodovia Rio-São Paulo, ou ainda da Rodovia Rio-Petrópolis, vai passar por esta região e ver essa sujeira toda. Os principais beneficiários são os moradores locais. Mas todos os cariocas são beneficiários, porque esse projeto reforma a porta de entrada da cidade — ressaltou o engenheiro Paulo Rosman, da Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenheira da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).

Nos últimos dois meses, foram plantadas mais de duas mil mudas em um trecho de um quilômetro de manguezal, às margens dos canais do Cunha e do Fundão. O projeto de revitalização surgiu de um acordo entre o Ministério Público Estadual e a Linha Amarela Sociedade Anônima (Lamsa), concessionária que administra a Linha Amarela.

A Lamsa tem que recuperar o trecho para compensar um aterro feito para a construção da via expressa. Moradores da região foram contratados para trabalhar no manguezal. Onde antes havia só lixo, agora já é possível encontrar alguns caranguejos.

— Nós fomos obrigados a instalar um sistema de telas e tapumes para, justamente, evitar esse aporte, essa chegada de resíduos que acontece a cada movimento de maré — explicou o biólogo Mário Moscatelli. Em vários pontos, os canais estão completamente assoreados, inclusive perto do Aeroporto Internacional Tom Jobim.

 

Veículo:Globo Online – RJ    Data: 16/05/2006   Editoria: Plantão